A Arte das Oito Armas (Art of Eight Limbs, 2024) - Crítica do filme A Arte das Oito Armas (Art of Eight Limbs, 2024) - Crítica do filme

A Arte das Oito Armas (2024) | Crítica do Filme | Paramount+

Disponível no Paramount+ (assista), A Arte das Oito Armas marca a estreia da Tiger Style Media, produtora dedicada a reviver o cinema de artes marciais voltado para fãs de ação direta e combates coreografados. Dirigido por Robert Grasmere e estrelado por Ludi Lin, o longa tenta capturar o espírito dos filmes dos anos 90 e dos clássicos que moldaram o gênero, especialmente Operação Dragão, mas nem sempre encontra o impacto desejado.

O enredo acompanha Scott Schiff, vivido por Lin, analista da CIA que treina kickboxing nas horas vagas e recebe a missão de se infiltrar em um torneio clandestino organizado por um mestre do crime. O evento funciona como fachada para negociações de armas, enquanto reúne lutadores de vários estilos. A premissa remete diretamente aos modelos que consagraram o cinema de Bruce Lee, especialmente pela estrutura de torneio, pela figura do vilão militarizado e pelo deslocamento do protagonista para um território estrangeiro.

A Tiger Style Media deixa claro seu objetivo: colocar a ação no centro, com lutas frequentes e filmagens em locações que evitam o visual fechado típico de produções de baixo orçamento. Nesse ponto, o filme funciona. As paisagens de Myanmar são bem exploradas e dão ao longa uma atmosfera que reforça o apelo clássico do gênero. As cenas de combate também demonstram compromisso com a fisicalidade, ainda que recorram a cabos e truques visuais que nem sempre favorecem o impacto das coreografias.

Ludi Lin entrega dedicação nas sequências de luta, mas encontra mais dificuldade quando o foco está no drama do personagem. Schiff carrega o peso do legado de um pai agente da CIA, elemento que o roteiro apresenta, mas abandona à medida que as disputas do torneio tomam conta da narrativa. Como protagonista, Lin mostra potencial físico, mas falta presença para sustentar o filme sozinho. A produção parece funcionar melhor quando há parceria com outros personagens.

Nesse sentido, Grace Vorananth se destaca como Mae, aliada de Schiff que assume parte significativa das coreografias e traz energia às cenas em que aparece. O elenco coadjuvante também conta com nomes experientes, como Ron Smoorenburg e Nicholas Hammond, que ajudam a compor o universo da trama, embora nem sempre recebam espaço proporcional ao que poderiam oferecer.

A Arte das Oito Armas (Art of Eight Limbs, 2024) - Crítica do filme

O maior problema de A Arte das Oito Armas está na estrutura do torneio. As lutas são rápidas e pouco exploradas, o que reduz a tensão e a progressão das disputas. O confronto final, esperado como ápice do filme, termina antes de ganhar intensidade, deixando a sensação de que a produção poderia ter ido além.

Como primeiro passo da Tiger Style Media, o longa apresenta um projeto ambicioso e cheio de reverência aos clássicos. No entanto, a execução irregular impede que o filme alcance o impacto que pretende. Para quem busca ação constante, há momentos que entregam o prometido, mas o conjunto fica aquém do potencial de seus talentos e referências.