A Agente (The Asset, 2025) - Crítica, fatos e curiosidades da série dinamarquesa da Netflix A Agente (The Asset, 2025) - Crítica, fatos e curiosidades da série dinamarquesa da Netflix

A Agente (2025) | Crítica da Série | Netflix

A Netflix amplia seu catálogo de Noir Nórdico com A Agente (The Asset, 2025), uma série dinamarquesa de suspense policial criada por Adam August (Darkland, Valhalla: A Lenda de Thor). Com apenas seis episódios de cerca de 45 minutos, a produção combina tensão constante, dilemas morais e o olhar frio característico do gênero escandinavo, entregando uma narrativa que, embora familiar, mantém o espectador envolvido até o final. Confira a nossa crítica da série:

Uma protagonista entre dois mundos em A Agente

A trama acompanha Tea (Clara Dessau), uma jovem em recuperação do vício que tenta recomeçar a vida na Academia de Polícia. Seu passado turbulento — marcado por uma mãe alcoólatra e um relacionamento abusivo com um traficante — chama a atenção do PET, o Serviço de Segurança e Inteligência da Dinamarca. Quando o órgão perde um agente infiltrado, decide recrutá-la para assumir a perigosa missão de se aproximar de um criminoso chamado Miran (Afshin Firouzi).

Disfarçada sob o nome de Sara, Tea se aproxima de Ashley (Maria Cordsen), a namorada de Miran, fingindo ser uma empresária recém-chegada de Dubai que pretende abrir uma joalheria em Copenhague. A estratégia funciona, mas à medida que as relações se aprofundam, a agente passa a enfrentar um conflito entre sua lealdade à polícia e a empatia por Ashley e pela filha pequena do casal.

O submundo e a ambiguidade moral

Um dos pontos centrais de A Agente está na construção de personagens complexos. Miran, apesar de ser um criminoso violento, é mostrado como um pai dedicado e um homem dividido entre o amor pela família e o controle sobre ela. Da mesma forma, os superiores de Tea — interpretados por Nicolas Bro, Soheil Bavi e Klaus Tange — revelam um lado manipulador, dispostos a sacrificar a agente em nome de resultados.

Esse jogo de espelhos entre mocinhos e vilões é o que sustenta a tensão da série. O criador Adam August explora os limites éticos da espionagem e o desgaste psicológico de quem vive entre identidades. Sob a direção de Samanou Acheche Sahlstrøm (In Your Arms) e Kasper Barfoed (The Chestnut Man), a narrativa mantém um ritmo ágil, alternando momentos de introspecção com explosões de violência súbita — um equilíbrio típico das produções nórdicas do gênero.

Familiar, mas eficiente

Embora A Agente não traga grandes inovações ao formato de thrillers de infiltração, a execução precisa e o foco emocional garantem impacto. A série entende o poder da tensão contida e do realismo cru, preferindo a atmosfera cinzenta a cenas de ação exageradas. Clara Dessau entrega uma performance marcante ao transitar entre vulnerabilidade e frieza, representando o custo psicológico de uma vida dupla.

Com uma produção refinada e atuações sólidas, A Agente reforça o padrão de qualidade das séries dinamarquesas da Netflix. A fotografia fria e o design de som contribuem para o clima de paranoia constante, enquanto o roteiro evita conclusões fáceis, mantendo a dúvida sobre quem realmente controla o jogo.

A Agente (The Asset, 2025) - Crítica, fatos e curiosidades da série dinamarquesa da Netflix

Crítica de A Agente e o futuro da série na Netflix

A primeira temporada de A Agente encerra seu arco narrativo de forma satisfatória, mas o último episódio sugere que Tea pode não estar totalmente livre das consequências de suas escolhas. O desfecho deixa espaço para uma possível segunda temporada, dependendo da recepção do público.

Disponível globalmente desde 27 de outubro de 2025, A Agente é um thriller dinamarquês que confirma a força do Noir Nórdico na Netflix. Mesmo sem reinventar o gênero, a série entrega um retrato intenso e moralmente ambíguo sobre o preço da lealdade e o perigo de se perder dentro do próprio disfarce.