Às vésperas da estréia de Mãe!, novo filme do ótimo diretor Darren Aronofsky, vamos acompanhar essa lista para acompanhar e relembrar todos os filmes desse diretor autoral. Para quem já conhece é uma boa revisitar essa obra, e para quem não viu ainda, ficam as dicas de ótimas obras.
Pi (1998)
Aronofsky já estréia no cinema com um filme complexo e bem tenso. Aliás, tenso é uma palavra que vamos acompanhar muito na carreira do diretor. O filme utiliza uma estética preto e branca que lembra muito o expressionismo alemão, com altos contrastes e cenários oníricos. A trama acompanha um matemático que procura entender melhor o número Pi enquanto é perseguido por pessoas misteriosas exigindo que ele encontra padrões no mercado financeiro para se aproveitar e enriquecer. É um terror psicológico desconcertante e desesperador, muito recomendado.
Réquiem para um Sonho (2000)
https://www.youtube.com/watch?v=QbHIVsAtfQg
Você talvez não tenha assistido a esse filme ainda, mas com certeza já escutou essa música que permeou diversos trailers e vídeos nos anos 2000. A ópera de decadência de vícios mostrada nesse longa é de deixar qualquer um com o estômago revirado e pensando duas vezes antes de se entregar a alguns prazeres da carne. Todos os elementos do filme funcionam perfeitamente para passar esse sentimento de merda: as ótimas atuações com nomes como Jared Leto e Jennifer Connely, a trilha sonora já citada, o roteiro cruel e a direção utilizando cortes rápidos e câmeras distorcidas para demonstrar a mente destruída daquelas pessoas. O filme critica vícios mais comuns e até outros menos falados como a TV e comidas.
Fonte da Vida (2006)
Provavelmente o filme que mais divide opiniões do diretor. Fonte da Vida é um filme complexo de se entender, ele se passa em 3 linhas do tempo diferentes com os mesmos atores. Em uma delas Hugh Jackman é um explorador espanhol visitando a América Central e tendo contato com os maias, em outra ele é um homem tentando curar sua mulher com câncer e na última e mais zuada ele está viajando em um plano intergalático até Xibalba (?), nas três histórias existe algo em comum: o conceito de uma árvore da vida. Eu particularmente não gosto muito do filme mas acredito que preciso ver ele novamente para entendê-lo melhor, é claramente um longa cheio de referências e mensagens metafóricas que precisam de um tempo para serem digeridas e interpretadas.
O Lutador (2008)
Em 2008 o diretor vem com o meu favorito pessoal, um filme sobre um velho lutador de Wrestler que tem que lutar agora contra uma doença cardíaca que o impede de ir para os ringues. É um ótimo estudo de personagem, um filme triste e melancólico que utiliza uma filmagem que remete a documentários para deixar tudo ainda mais real. Eu te desafio a não ficar deprimido por dias e não respeitar mais os lutadores de Wrestling depois de ver esse longa. Um filme simples mas muito poderoso, com ótimas atuações de Mickey Rourke e Marisa Tomei.
Cisne Negro (2010)
Com certeza o filme mais conhecido e de melhor qualidade em todos os aspectos do diretor. Aronofsky no seu auge traz Natalie Portman em uma atuação visceral em um filme tenso sobre uma possessiva dançarina de balé procurando a perfeição acima de tudo enquanto cai profundamente na loucura. É incrível como o diretor pode pegar algo tão lindo quanto o balé e transformar em um terror psicológico perturbador, sempre brincando com a dualidade do próprio Lago do Cisne, usando de espelhos e outras cenas para confundir o espectador enquanto vemos os dois lados da moeda da personagem principal.
Noé (2014)
O filme mais caro e talvez o mais criticado do diretor. Noé utiliza de livros apócrifos da Bíblia para trazer uma nova versão épica do personagem bíblico. Nessa versão Noé se torna possessivo como a maioria dos personagens de Aronofsky e luta contra sua fé e a loucura dos homens. Eu particularmente gosto das discussões do filme, acredito que o seu problema é que ele é religioso demais para os ateus e pagão demais para os religiosos. Eu gosto muito de como a figura de Noé interpretada por Russel Crowe luta contra seus demônios internos e sua fé, se tornando até um vilão em certos momentos do filme.
E aí? Já está planejando a maratona e se preparando para Mãe!, seu novo filme? Acredito que vai ser um longa com muito terror psicológico e personagens possessivos, marca registrada desse diretor que sempre consegue trazer maravilhosas obras para as telas de cinema.