Desde que apareceu pela primeira vez no início dos anos 90, Quentin Tarantino revolucionou o cinema de crime e conseguiu diversos fãs fervorosos (eu incluso). A sua própria origem é lendária. Fã de cinema, trabalhou numa locadora e assistia a todos os filmes que ninguém queria alugar…mesmo não tendo como comprovar essa história, é muito difícil não se identificar. Além de ser um dos poucos diretores que você consegue logo dizer se um filme é dele ou não, com sua direção pop, seus diálogos sobre nada mas que ajudam a definir os personagens, ótima escolha de trilhas e sua ultra-violência.
Hoje dia, 27 de março, comemoramos o aniversário do diretor e vamos colocar listar so seus filmes, do pior ao melhor.
Menções Honrosas – Roteiros e Participações
Os primeiros trabalhos relevantes de Quentin Tarantino no cinema foram como roteirista. Ele vendeu alguns roteiros de filmes famosos como Assassinos por Natureza e Amor à Queima Roupa para conseguir grana pra fazer Cães de Aluguel, ambos são ótimos filmes que devem ser assistidos, mas fico com a impressão que eles seriam bem melhores se dirigidos pelo seu criador. Além disso ele roteirizou o ótimo trash Um Drink no Inferno e possui até uma boa atuação do lado de George Clooney. Outro trabalho que deve ser visto é uma cena genial de Sin City – A Cidade do Pecado, onde ele foi o diretor convidado. Esses dois últimos trabalhos são dirigidos por Robert Rodriguez que, mais tarde, trabalhou com ele no projeto Grindhouse. Confira a cena abaixo:
Á Prova de Morte
É difícil analisar esse filme, pois ele fez parte de um projeto chamado Grindhouse. O projeto era a uma ideia de Tarantino e Rodriguez de resgatar os cinemas trash de rua. Rodriguez fez o ótimo Planeta Terror e Tarantino fez o à Prova de Morte. O filme então é ruim de propósito, mas mesmo assim consegue ser divertido. O longa tem alguns problemas sérios como roteiro com furos e algumas cenas exageradamente longas. Dizem que as falhas aqui são propositais mas, mesmo assim, o resultado final não ficou tão legal. Mas a fita tem cenas memoráveis como a batida de carro e a perseguição final, que foi filmada cheia de efeitos práticos, homenageando os filmes antigos de perseguição. Mas além de tudo, tem umas das melhores trilhas sonoras da carreira de Quentin.
Jackie Brown
Outro filme que é meio injusto colocar na lista, pois é o único que não possui o roteiro do Tarantas, o longa é baseado no livro Rum Punch. Mas apesar disso podemos ver muito de Tarantino aqui, que na verdade faz uma grande homenagem ao cinema de Blaxploitation, chamando até a famosa Pam Grier para protagonizar, que engole a tela com sua presença. É provável que eu repita isso mais vezes durante a lista, mas esse longa também possui uma maravilhosa trilha sonora.
Django Livre
Sempre ficou claro nos seus filmes que Tarantino era um grande fã de western. E é muito bom ver que ele finalmente conseguiu fazer o seu primeiro filme do gênero. E como ele sempre tem que inovar, temos um western pop, com um negro protagonista, se vingando de anos de escravidão. O filme possui os roteiro e montagens mais simples da sua carreira, mas é muito divertido de assistir. O grande elenco, com Waltz, Foxx e DiCaprio, acrescenta muito à obra.
Os Oito Odiados
Seu mais novo filme é um dos mais diferentes. Aqui vemos um Quentin Tarantino mais contido, com uma história mais tensa e menos pop, muito graças a fantástica trilha sonora de Ennio Morricone, o deus das trilhas sonoras de westerns. É bom ver que o diretor consegue, mesmo dentro do gênerowestern, fazer um filme bem diferente, uma mistura de O Enigma de Outro Mundo com o seu próprio Cães de Aluguel. A história é simples mas contada de forma bem interessante com muitos diálogos para construção de personagens e um banho de sangue no final. Destaque para Samuel L. Jackson que está muito bem no papel e, com certeza, se divertindo muito. E não precisa nem falar da linda fotografia em 70mm.
Bastardos Inglórios
Depois de ver esse filme, tive certeza que Quentin Tarantino pode fazer qualquer tipo de obra. Até mesmo um filme histórico que não respeita a história. Tendo como principal qualidade as cenas tensas e a violência extremamente engraçada, o filme de guerra de Quentin peca em alguns momentos com diálogos extensos demais sobre temas desconhecidos do grande público. No final, o longa é também uma grande homenagem ao cinema europeu do período entre-guerras. Com certeza, uma diversão garantida ao ver as cenas com o Tenente Aldo the Apache e Chsitopher Waltz, descoberto pelo diretor e se mostrando um fantástico ator.
Kill Bill Vol. 1 e 2
O filme foi feito para ser um só, por isso está aqui com os dois juntos. Esse filme tem uma história engraçada, a personagem Noiva foi criada por Quentin e Uma durante as gravações de Pulp Fiction e ele, como grande fã dos filmes de kung fu e samurais, sempre quis fazer uma peça do estilo. Mas antes das gravações, Tarantino estava com muito medo pois ele nunca tinha dirigido cenas de ação antes mas, para a surpresa de todos, acabou que o longa tem uma das cenas mais fantásticas de combate do cinema. A parte 2 é um pouco anti-climática, pois a maior parte da ação está na primeira, mas mesmo assim ainda é um ótimo complemento e final para a história.
Cães de Aluguel
Olha, vou dizer que escolher o melhor filme foi bem difícil. Pois foi Cães de Aluguel que começou tudo. Todos os maneirismo de Tarantino que vemos aqui foram usados e abusados nos seguintes e além disso, o seu modo de dirigir e roteirizar, acabou influenciando muito o cinema de crime americano. Feito com pouco dinheiro e com muita cara de independente, Cães de Aluguel é uma história simples mas contada de forma magistral, com atuações incríveis e uma ótima trilha sonora, que não só está lá como detalhe, faz parte da narrativa, bem como os diálogos que servem para definir a personalidade dos personagens de forma bem divertida. Quem não ficou surpreso com um bando de engravatados mal encarados falando sobre Madonna?
Pulp Fiction
Um ícone pop dos anos 90. Pulp Fiction na verdade é uma versão melhorada de Cães de Aluguel, aqui vemos Quentin Tarantino fazendo o seu melhor. Diálogos incríveis, estilo retrô e uma trilha anos 70 maravilhosa. Além de um uso magistral da narrativa não-linear, que nos deixa até com uma sensação estranha. Todas as histórias e personagens são interessantes, desde o drogadão Vincent, o questionador Jules, a sedutora Mia ou o brutamontes Butch. Uma grande homenagem às revistas pulp americanas e o melhor filme da carreira de Tarantino, sem dúvida.
Então, como fica sua lista? Comente aí abaixo!