O cinema não foi inventado no século 21, então por que às vezes insistimos tanto em rechaçar os filmes antigos, dando foco apenas às produções realizadas dos anos 2000 para cá? Se você assim como eu é apaixonado por cinema clássico e não sabe onde encontrar grandes títulos do século passado, então se liga nessa lista de filmes clássicos que estão disponíveis no pacote para assinantes do Looke!
O Encouraçado Potemkin (1925)
Dirigido pelo grande diretor e teórico de cinema russo Sergei Eisenstein, O Encouraçado Potemkin é um filme que representa um marco na montagem cinematográfica. Realizado ainda no período mudo, nesse filme Eisenstein traz elementos que mais tarde viriam a ser muito utilizados como a montagem métrica que tinha por base encurtar a duração dos planos para criar mais tensão. Técnica essa muito utilizada por Hitchcock, por exemplo. O Encouraçado Potemkin é aquele tipo de filme que todo apaixonado por cinema deve assistir ao menos uma vez na vida.
M, O Vampiro de Dusseldorf (1931)
Mesmo tendo sido produzido poucos anos após a chegada do som ao cinema – o primeiro filme sonoro foi O Cantor de Jazz em 1927 -, M, O Vampiro de Dusseldorf aparenta uma técnica muito superior aos seus antecessores. A diferença foi dada pela genialidade do diretor austríaco Fritz Lang que optou por editar o som como se estivesse editando as imagens, aperfeiçoando assim a sincronização entre o som e a imagem – algo que nem Hitch conseguiu em seu primeiro filme sonoro. No entanto não é apenas pela técnica que o filme chama atenção. Mistério, investigação policial, assassino de crianças são alguns dos elementos que constroem o fantástico roteiro. E a cereja do bolo ainda é Peter Lorre dando um show de interpretação!
Hiroshima, Meu Amor (1960)
Guerra e romance. Vida e morte. Passado e presente. A dualidade marca esse clássico do francês Alain Resnais. Um dos marcos inaugurais da nouvelle vague, Hiroshima, Meu Amor traz a história de uma atriz francesa que vai trabalhar no Japão em um filme sobre a bomba de Hiroshima e acaba por se apaixonar por um arquiteto japonês casado. O romance a faz lembrar de seu amante do passado, um soldado alemão que foi morto durante a guerra. Com uma pegada entre o ficcional e o documental, o filme transita entre o passado e o presente com uma maestria de impressionar.
Três Homens em Conflito (1966)
E quem não ama um bom filme de faroeste? Três Homens em Conflito é um dos mais clássicos títulos do gênero. Dirigido pelo mestre do Western italiano, Sergio Leone, a produção traz muita ação em suas quase 3 horas de duração. Sem vilões nem heróis, o longa conta a história de três homens que entram em conflito por possuírem o mesmo objetivo. Além da incrível direção de Leone, o filme ainda nos gratifica com Clint Eastwood atuando (e arrancando muitos suspiros também) com perfeição na pele do misterioso Blondie.
A Bela da Tarde (1967)
O espanhol Luis Buñuel foi o pioneiro do cinema surrealista e dentre seus muitos títulos de sucesso, um dos mais famosos é sem dúvidas A Bela da Tarde. Estrelado por Catherine Deneuve, o filme conta a história de uma jovem rica e infeliz que busca em um bordel o prazer que seu marido não lhe pode fornecer. No entanto o mais importante em um filme de Buñuel é sempre ir mais a fundo, pois através do universo aparentemente desconexo do surrealismo dele sempre podemos encontrar críticas sociais bastante pertinentes, principalmente acerca da elitizada classe média francesa.