O filme A Meia-Irmã Feia (The Ugly Stepsister, 2025), dirigido e escrito por Emilie Blichfeldt, chamou a atenção da crítica internacional ao transformar o conto clássico da Cinderela em uma fábula de terror corporal. A produção norueguesa mistura horror psicológico e crítica social para explorar os limites da pressão estética e o impacto da busca pela perfeição. A seguir, conheça nove fatos e curiosidades sobre o longa que chocou o público em festivais e no streaming.
1. Baseado em uma releitura feminista de Cinderela
O roteiro de Emilie Blichfeldt nasceu da ideia de recontar Cinderela a partir do ponto de vista da meia-irmã, uma personagem tradicionalmente vista como vilã. A diretora quis mostrar como a inveja e a rivalidade feminina são frutos de um sistema que coloca as mulheres umas contra as outras, em vez de nascerem de maldade pura.
2. O projeto de A Meia-Irmã Feia começou como um curta-metragem
Antes de se tornar um longa, A Meia-Irmã Feia surgiu como um curta universitário dirigido por Blichfeldt em 2018. O sucesso do projeto em mostras de cinema norueguesas levou a diretora a expandir o enredo e transformá-lo em um filme completo, com uma abordagem mais sombria e crítica.

3. A diretora se inspirou em experiências pessoais
Em entrevistas, Emilie Blichfeldt revelou que o tema central — a obsessão pela aparência — vem de sua própria adolescência. Ela afirmou ter crescido sob forte pressão estética e usou o filme como forma de exorcizar esses sentimentos e questionar o padrão de beleza imposto às mulheres.
4. O horror corporal de A Meia-Irmã Feia é todo feito com efeitos práticos
Grande parte das cenas de mutilação e transformação física de Elvira foi criada com efeitos práticos, e não digitais. A equipe de maquiagem utilizou próteses, sangue cenográfico e técnicas tradicionais para aumentar o realismo e a sensação de desconforto nas cenas mais intensas.
5. O Dr. Esthetique foi inspirado em médicos reais
O personagem do cirurgião plástico, interpretado por Øystein Martinsen, é uma crítica direta a figuras reais da indústria estética. Blichfeldt se inspirou em clínicas que promovem cirurgias radicais como soluções para inseguranças e em campanhas de marketing que associam dor à beleza.
6. A cor azul simboliza pureza e opressão em A Meia-Irmã Feia
A paleta visual do filme usa o azul como cor predominante, especialmente nas cenas que envolvem Agnes, a meia-irmã “perfeita”. A cor, tradicionalmente associada à pureza e serenidade, é usada de forma irônica — representando o padrão inatingível de perfeição que sufoca as mulheres.
7. A atriz Lea Myren passou por um processo físico intenso
Para interpretar Elvira, Lea Myren precisou usar aparelhos de contenção, próteses faciais e perucas pesadas por longas horas de gravação. A atriz também perdeu peso sob acompanhamento médico para refletir o desgaste da personagem, sem comprometer a própria saúde.
8. O filme A Meia-Irmã Feia foi ovacionado no Festival de Sitges
A Meia-Irmã Feia teve sua estreia internacional no Festival de Cinema Fantástico de Sitges, um dos mais importantes para o gênero de terror. O público reagiu com choque e aplausos ao final, e o filme foi comparado a obras de Julia Ducournau (Titane) e Lars von Trier (Dogville).
9. O final de A Meia-Irmã Feia simboliza libertação, não tragédia
Apesar do tom brutal do desfecho, Emilie Blichfeldt explicou que o final de A Meia-Irmã Feia representa libertação. Ao expulsar a tênia do corpo, Elvira rompe com o sistema que a oprime. A cena foi pensada como um “renascimento simbólico”, e não como simples punição. Confira o final explicado completo.