O filme Bugonia chega com força para reacender discussões sobre identidade, poder e paranoia coletiva. Com direção de Yorgos Lanthimos, roteiro de Will Tracy e estrelado por Emma Stone e Jesse Plemons, o longa revisita um clássico cult da ficção científica sul-coreana para oferecer uma sátira mordaz sobre conspirações, capitalismo e o medo de “invasores”. A seguir, 7 fatos e curiosidades que ajudam a aprofundar o entendimento sobre a produção — seu contexto, decisões artísticas e simbolismos por trás de Bugonia.
1. Bugonia é remake de um cult sul-coreano
O filme é uma adaptação em inglês de Save the Green Planet! (2003), do diretor sul-coreano Jang Joon-hwan. A decisão de revisitar essa obra permitiu a Lanthimos trazer para um contexto ocidental — e contemporâneo — questões sobre alienação, paranoia conspiratória e colapso ambiental, mantendo o núcleo de horror + humor + crítica social.
2. Produção internacional e orçamento expressivo
Bugonia é uma coprodução entre Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda e Coreia do Sul. Com orçamento estimado entre US$ 45–55 milhões, trata-se do filme mais caro da filmografia recente de Lanthimos, o que se reflete na ambientação, montagem e detalhamento técnico.
3. Parceria recorrente entre Lanthimos e Emma Stone
Essa produção marca a nova colaboração entre Lanthimos e Emma Stone — dupla responsável por sucessos anteriores como The Favourite, Poor Things e Kinds of Kindness. A sintonia entre diretor e atriz permite que Stone mergulhe de forma intensa em papéis extremos e complexos. Em Bugonia, essa confiança se traduz em uma atuação que equilibra horror, frieza e vulnerabilidade.
4. Trilha sonora de Bugonia foi criada sem acesso ao roteiro
A música do filme é de Jerskin Fendrix, que compôs a trilha sem nunca ter lido o roteiro ou visto filmagens — foi orientado apenas por palavras-chave como “abelhas”, “porão” e “nave”. Esse método incomum reforça o clima de estranheza e desorientação da narrativa, trazendo uma atmosfera sonora que complementa o suspense e o absurdo da história.

5. Estreia de Bugonia no principal festival de cinema de Veneza
Bugonia teve sua estreia mundial no 82º Festival de Veneza, em 28 de agosto de 2025, competindo no seleto circuito principal. A escolha reforça a ambição artística da obra — não apenas como entretenimento comercial, mas como filme de autor com pretensões de provocar debates sobre sociedade, natureza e moral.
6. Mistura de gêneros — comédia, horror, sci-fi e sátira social
O longa transita entre comédia negra, horror psicológico, ficção científica e crítica social. Essa mescla de gêneros permite que Bugonia provoque desconforto e reflexão ao mesmo tempo, mantendo o espectador preso entre o ceticismo, a repulsa e a dúvida constante — elementos caros ao estilo de Lanthimos.
7. O título “Bugonia” é simbólico e decide a interpretação do filme
O nome do filme remete ao antigo mito da “bugonia” — ritual no qual se acreditava que abelhas poderiam surgir espontaneamente da carcaça de um boi sacrificado. Esse simbolismo de morte → renascimento é essencial para ler o final da obra não apenas como tragédia, mas como metáfora para colapso e possível regeneração. A escolha do título aponta para o desejo de explorar temas como destruição, culpa ecológica e os mitos perigosos que criamos para nos justificar — tudo dentro da estrutura de filme de horror/sci-fi.