Fãs de Conan, preparem-se! Pois temos aqui uma produção nacional e nordestina do melhor que temos do gênero espada e feitiçaria, numa fantasia envolvente, cheia de ação, magia, personagens intrigantes e um bom estudo sobre cultura africana e afins. Conheçam Dançando sobre ossos!
Sinopse
Dançando Sobre Ossos é um livro de contos de fantasia, cheio de aventura e magia. A história se passa em uma era fantástica, em um passado remoto do nosso planeta, no qual grandes combates por justiça e liberdade foram travados.
A terra em que vivemos era chamada de Arkrán e o destino do mundo foi decidido no gume das espadas dos heróis mais improváveis, aqueles muitas vezes esquecidos pelo povo, mas que em tempos de guerra e obscurantismo são a única esperança de libertação, realizando feitos antes impossíveis.
Em Arkrán os Deuses e seres mitológicos caminham entre os humanos, os guerreiros e guerreiras lutam com fervor para subjugar reinos tirânicos e criaturas sobrenaturais, grandes feiticeiros e magos revelavam ao mundo mistérios ocultos no seio da terra e nas mais distantes estrelas, atrás das cortinas do tempo e do espaço.
Sobre a história
Por ser um livro de contos, em Dançando sobre ossos não há uma linearidade dentro da história – mesmo que alguns personagens se conectem brevemente ao longo das narrativas. Elas se passam no mundo de Arkrán, que tecnicamente seria o nosso mesmo mundo, mas em épocas esquecidas quando a magia ainda existia, quando guerreiros e guerreiras valorosos pisavam na terra revolta e lutavam. Vitor nos entrega complexidade em suas tramas, personagens taciturnos e misteriosos que são cheios de fé, força e inteligência. Nem sempre saem vitoriosos, os contos não são sobre o doce sabor de se ganhar, mas sim sobre seus fortes valores, guiados por uma cultura longe da nossa, uma que mal podemos compreender com nossas mentes atuais.
O conto que abre Dançando sobre ossos se chama O Mouro, em um breve relato do velho escriba chamado Sarib Fahir, cujo nome transcende as épocas e é um exímio conhecedor de histórias sobre Arkrán.
Entregues à próxima história, A maldição de Nammu, somos apresentados ao guerreiro Kulad, um homem soturno e honrado que busca uma relíquia. Em seu caminho, esbarra com uma feiticeira, e a partir dali, as coisas vão mudar drasticamente.
Em As espadas de Kimsha somos jogados para o meio do combate, em que o príncipe Shakar luta com ferocidade junto ao seu exército, de forma a expulsarem os guerreiros de Xutar.
Já em Virgens de Belenof, temos o relato de um eunuco, algo sombrio e envolvente, sobre a magia de Arkrán. Por meio de uma brecha, o homem absorve uma situação impossível, repleta de perigo.
Lua Negra nos envia para a jornada do jovem Sarib Fahir – sim, o mesmo do primeiro conto, só que novinho -, em que ele persegue um feiticeiro e recebe a ajuda inesperada de uma cortesão misteriosa, uma rijra.
Kulad volta para as narrativas em Dama no Escuro, no qual precisa escoltar uma rainha por um deserto perigoso, que só ele e o seu povo sabe atravessar, e acaba por terminar em uma situação terrível, em que precisará contar com toda a sua astúcia para sobreviver com a soberana.
E, por último, O sopro de Epona, no qual encontramos as guerreiras Nyssa e Tessália, que acabaram de escapar de uma terrível armadilha e estão em sua busca de defender as terras dos Roryns. Esbarrando em uma nova aventura, perigosa e inevitável, a mercenária e a cavaleira vão mostrar porque sobreviveram por tanto tempo, com a impetuosidade de criaturas poderosas.
Todas as histórias em Dançando sobre ossos têm um “quê” de sombrio, permeando caminhos desconhecidos e interessantes, levando nossos personagens para ciladas ou batalhas impossíveis, que nos envolve em seus mistérios e nos atrai para cada página nova. Unindo-se aos seus conhecimentos sobre culturas da África subsaariana, do norte do continente africano, Oriente Médios, os helenos, os celtas, entre outros, Vitor Morais constrói boas narrativas em Dançando sobre ossos, que quebram os padrões aos quais estamos acostumados nesse gênero de espada e feitiçaria, além de outras fantasias, que focam-se muito na Europa, esquecendo o resto do mundo.
Sobre o livro e o autor
Dançando sobre ossos foi lançado de forma independente por meio da plataforma Catarse, em 2022. Possui uma belíssima capa feita pela artista Cristina Soile e mapa por Tiago Pontes. Tais artes são caprichadas para nos conquistar. A diagramação foi feita com esmero, com ilustrações dentro do livro – por Cristina Soile, Erika Sacth e Tiago Pontes -, e uma boa separação de contos. No geral, a edição tem uma boa qualidade, principalmente por ter sido feita de forma independente.
Vitor Morais é cearense, e suas inspirações são diversas, perpassando literatura nacional com alguns autores de fantasia que conquistaram o coração do autor, como Tolkien e o pai da Espada & Magia, Robert E. Howard, também pai de Conan. Ele produz um conteúdo incrível para o seu Instagram, e, no momento atual, há uma outra obra em andamento. Você pode adquirir o livro com o próprio autor, que é uma pessoa maravilhosa e superacessível! E também pode comprá-lo pela Amazon, claro.