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Crítica | Le Chevalier: Nas Montanhas da Loucura (AVEC Editora)

Lançamento da AVEC Editora escrito por A. Z. Cordenonsi e ilustrado por Fred Rubim coloca roupagem steampunk numa história que referencia o clássico de H. P. Lovecraft

Mais um lançamento da AVEC Editora, contemplando novamente as engrenagens do steampunk numa obra que se completa com forte referência ao mestre do terror H. P. Lovecraft, tendo também Edgar Alan Poe e Júlio Verne como inspiração. Escrita por A. Z. Cordenonsi (Guanabara Real: a Alcova da Morte e Sherlock e os Aventureiros) e ilustrada por Fred Rubim (Contos do Cão Negro, A Todo Vapor), Le Chevalier: Nas Montanhas da Loucura é uma graphic novel ambientada no universo criado por Cordenonsi.

Em uma época em que a França comanda a Revolução Industrial, Le Chevalier e Persa, seu fiel escudeiro, precisam superar suas divergências com antigos inimigos para enfrentar a chantagem de um maligno adversário. As nações do mundo estendem seus estandartes de batalha quando navios de guerra são atacados e acusações de traição se tornam arautos de uma guerra que se avizinha. Irene Adler, a mais famosa ladra do Comitê, recruta os agentes franceses para uma última e derradeira tentativa de capturar o verdadeiro inimigo e evitar a guerra. Mas nem tudo é o que parece. A investigação prossegue para um cenário aterrador e, nos confins da Antártida, os aventureiros são obrigados a seguir os passos de uma antiga expedição da Universidade Miskatônica. No deserto críptico de gelo e morte, eles precisam encarar seus piores pesadelos nas Montanhas da Loucura.

Como sempre sou recordado pelo amigo Rildon Oliver, as belas ilustrações de Fred Rubim lembram muito um cara que também adora usar referências lovecraftianas em sua histórias: Mike Mignola, o criador do Hellboy. Nesse sentido, Montanhas da Loucura até se assemelha um pouco a Sementes da Destruição (primeira história do Hellboy), tendo como diferença menos simbolismos e o uso da roupagem steampunk.

Trata-se de uma leitura intuitiva e até sugestiva em alguns momentos, como na introdução que aponta para o antagonista da história. No geral, é uma experiência bastante completa mas que deixa um gosto de “quero mais” pelo pouco espaço para o desenvolvimento de uma ou outra personagem. Essa própria história, no entanto, serve como pontapé inicial para mais acontecimentos inspirados na obra de Lovecraft, mas revelar o motivo aqui caracterizaria spoiler. Le Chevalier: Nas Montanhas da Loucura é uma história ideal para quem quiser adentrar nos vapores do steampunk e embarcar nos fascínios do mistério.

Caso você ainda não tenha conferido as outras histórias no universo steampunk de Le Chevalier (que são o livro A Exposição Universal e a HQ Arquivos Secretos) não precisa se acanhar em conferir essa obra: logo de início temos um pequeno guia de cada personagem e suas principais características, algo que já serve para ter uma base sólida antes de ler Nas Montanhas da Loucura. Logicamente, o ideal mesmo é acompanhar a série de acordo com o lançamento.