Alena (Kim W. Andersson) | Review

Avec Editora traz ao Brasil Alena, renomada HQ sueca de Kim W. Andersson

O mercado de quadrinhos no Brasil está cada vez mais diversificado e rico. Estamos tendo a oportunidade de apreciar contos e historias vindo dos mais longínquos cantos do globo. Eu, por exemplo, nunca imaginei ter em minhas mãos uma HQ vinda da Suécia, e de um autor extremamente reconhecido e premiado em seu pais, Kim W. Andersson. Graças aos amigos da Avec Editora (obrigado Artur Vecchi), que acreditam no potencial do mercado brasileiro, trazendo várias obras que são sucesso no marcado europeu, temos ao nosso alcance a terrível história de amor e terror de nossa protagonista, Alena.

Alena é uma jovem simples, cheia de dúvidas e problemas, que teve a oportunidade de ser bolsista em uma escola de grande renome, uma oportunidade única. Mas Alena não se encaixa nesse novo mundo, sente-se completamente desconfortável e deslocada. O colégio é cheio de garotas cheias de si, esnobes, que fazem questão de lembrá-la que não pertence a esse local, pois ela é uma intrusa. Para piorar, as agressões chegam a passar do verbal, e acabam tornando-se agressões físicas, principalmente organizada por Filippa, a líder do time de Lacrosse, que despreza e ao mesmo tempo inveja a protagonista.

“Quando a pisque humana é levada ao limite, em meio de tantas pressões, as consequências podem ser as piores possíveis”

Tudo que Alena vive nesse colégio é assustadoramente perturbador e violento, mostrando que o ser humano é passível de posturas trágicas e agressivas e, mesmo na esperança do surgimento do amor, pode estar carregado de horrores e destruições. Mas Alena, em meio à destruição de sua psique, encontra força e apoio vindo de uma grande amiga que a incentiva a manter uma postura, revidar as agressões e tomar as rédeas de sua vida, e se ela não tiver essa força, ela fará por ela. Porém, essa amiga, Josefin, traz consigo algo terrível, um segredo. Segredo esse que persegue as duas, e as une de formas sombrias e temíveis.

Com um misto de terror e romance, nossa protagonista, Alena, carrega em seu âmago as máximas de vilã e heroína, presa e caçador. O traço visual é muito marcante, casando com a linguagem visceral do roteiros. E essa HQ fez tanto sucesso que, em 2015, ganhou uma adaptação para os cinemas, dirigido por Daniel di Grado.

Andersson mostra claramente nesse conto, como cada um pode ser passível de maravilhas e destruições, que buscamos a felicidade mesmo em meio ao inferno mas, às vezes, esse inferno pode nos consumir, impossibilitando qualquer chance de salvação.

Capa da adaptação cinematográfica de Alena, bastante fiel ao material de origem