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Três Histórias de Fantasmas, de Charles Dickens

Dickens é um autor inventivo, com um humor peculiar para tratar os temas que aborda, mas que, por vezes, assume caminhos inexplicáveis, o que não exatamente justifica suas escolhas: elas são o que são e o leitor que lide com isso. Essa sensação já tinha se explicitado para mim no interessante Um Conto de Natal, mas ficou ainda mais evidente nesse Três Histórias de Fantasmas, em especial o segundo conto, “A Casa Assombrada”, que propõe colocar pessoas céticas morando em uma suposta casa mal-assombrada.

A premissa é de ser uma história disruptiva nesse sentido, apresentando as figuras, seus passados e personagens… até que, no terço final, o autor inglês muda completamente o tom, o ambiente e o que ele quer nos dizer, me deixando até agora sem entender bem aonde ele queria chegar. Apesar que a ideia de ser mais sobre fantasmas morais – do nosso passado e não um literal – tenha me ocorrido.

O primeiro conto, O Sinaleiro, parece saído de um Além da Imaginação, com um desfecho levemente previsível, mas muito bem executado. O terceiro e último texto da finíssima antologia, Julgamento por Assassinato é o mais curto e mais divertido, remetendo ao Dickens de Um Conto de Natal, de certa maneira. Mesmo com histórias tematicamente relacionadas e com qualidades variadas (mas nunca aquém, vale ressaltar), ainda é uma leitura válida, principalmente por tomar no máximo duas horas de sua vida. Vida essa, aliás, que muitos personagens aqui perderam.

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