Nesta quarta-feira, 06 de setembro, véspera de um feriadão, a 18a Bienal do Livro Rio abriu debates interessantes quando o assunto é o mundo virtual. A Arena #SemFiltro recebeu o youtuber RezendeEvil para um bate-papo que mexeu com os fãs do jovem famoso pelos vídeos de Minecraft. O público repleto de crianças, jovens e até adultos participou ativamente com fotos, vídeos e posts nas redes sociais.
Pedro Afonso, nome verdadeiro de RezendeEvil, explicou que tentou a carreira de jogador de futebol de campo e depois atuou na Itália jogando futsal, mas a paixão pelo game falou mais alto. Mesmo atuando intensamente no digital, o jovem disse que tem grande sedução em escrever livros.
“Vejo que os livros dão liberdade. Um filme adaptado de um livre tem que ser muito resumido. O livre permite você viajar nas histórias. Há quatro anos decidi largar o futsal e focar no canal. Meus pais sempre me incentivaram.”.
Também a Arena #SemFiltro já havia presenciado os youtubers Magano e Sonata, que animaram a plateia durante a semifinal do Slam Colegial Flup. A atração gratuita – que é uma grande competição de poesias da periferia – é uma parceria entre a Bienal do Livro Rio e a FLUP (Festa Literária das Periferias). A dupla apresentou ao público os poetas que participaram desta fase e seus vencedores.
“O sucesso do evento tem comprovado que os adolescentes e os jovens gostam, sim, de poesias”, afirma Julio Ludemir, um dos responsáveis pelo Slam Colegial Flup. A final será realizada na próxima sexta-feira, dia 8 de setembro, das 13h30 às 16h, também na Arena #Sem Filtro. Todos os poetas que participaram são estudantes da rede pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro e os três finalistas vão ganhar troféus. Violência, preconceito racial, exclusão social, estupro e as mazelas das comunidades foram os temas mais citadas nos poemas autorais.
Também sucesso entre os adolescentes, a atriz Giovanna Chaves, a Priscila da novela “Cúmplices de um Resgate”, do SBT, lançou seu livro “O Amor em poucas linhas”. Com a presença de muitos fãs, todos tiveram seus exemplares autografados pela jovem de 15 anos.
“Estar na Bienal do Rio é a realização de um sonho. Incrível! Estou muito feliz em ver as crianças querendo meu livro autografado. Quem sabe não vem no futuro o ‘O Amor em poucas linhas 2’ ou até um filme”, comentou a atriz e agora também escritora que fez sua estreia no evento.
CAFÉ LITERÁRIO E ENCONTRO COM AUTORES
O papel da TV no acesso a grandes obras literárias foi o tema de abertura do Café Literário desta quarta-feira. No encontro, o jornalista Edney Silvestre mediou um bate-papo entre a roteirista Maria Camargo; o romancista, cineasta, dramaturgo e também roteirista Fernando Bonassi; e a atriz Eliane Giardini. Eles falaram sobre a importância da adaptação de obras literárias na disseminação do conhecimento para a população.
“A TV e o cinema pautam debates importantes que acontecem no Brasil, e isso é um dos objetivos da arte, transferir conhecimento. O filme Carandiru, adaptado do livro do médico Drauzio Varella, por exemplo, reflete bem essa questão”, afirmou Bonassi. Já Maria Camargo lembrou outras obras que viraram minisséries de sucesso na telinha, como Dois Irmãos, de Milton Hatoum. “A literatura muitas vezes só chega para as pessoas através das adaptações de TV e cinema, e essa é uma bandeira que temos que levar adiante”, completa Maria.
Na sessão seguinte, a jornalista Mariana Filgueiras recebeu os escritores Heloísa Seixas, Joca Reiners T
Já o jornalista Rodrigo Casarin, discutiu a relação entre história e literatura com a historiadora Mary del Priore e os romancistas Alberto Mussa, carioca; Fabiano Costa Coelho, pernambucano; e o gaúcho Samir Machado de Machado. Na pauta, as influências que história e literatura recebem uma da outra e o papel de cada uma delas na tentativa de retratar a realidade brasileira.
No Encontro com Autores, a jornalista Daiana Garbin, autora do livro “Fazendo as Pazes com o Corpo”, que será lançado ainda este ano, e o psiquiatra Daniel Barros, que escreveu “Pílulas de bem-estar”, conversaram sobre distúrbios alimentares e outros problemas relacionados à aceitação do próprio corpo. Ex-repórter da TV Globo, Daiana conviveu durante anos com a dismorfia corporal e agora coordena o projeto “Eu Vejo”, voltado para a conscientização sobre o tema.