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West of Dead: Muito Estilo e Pouco Polimento | Crítica

Rogue-Lite traz Ron Pearlman para um Velho Oeste Maldito

Que tal um jogo narrado pelo Ron Pearlman, com temática de velho-oeste e estética Mike  Mignola? Não tem como dar errado né? Bem, mais ou menos. Lançado pela Raw Fury (Dandara, Bad North), West of Dead é um rogue-lite divertido, com uma estética única mas que, infelizmente, conta com alguns bugs. Confira nossa crítica sem spoilers.

Em West of Dead, você controla um pistoleiro misterioso que parece uma versão Motoqueiro Fantasma do Velho Oeste. Ele está em um tipo de purgatório onde tem que enfrentar demônios e almas perdidas para tentar sair daquele lugar mas, toda vez que morre, ressuscita em um bar e começa tudo de novo. A história te entrega muito pouco e vai lhe dando pequenas pitadas de lore ao conversar com os poucos NPCs existentes e coletar memórias dos inimigos mortos. É um modo de contar história no estilo da série Souls, onde você vai recebendo poucas doses de história e vai montando a narrativa na sua cabeça.

Toda a narrativa do jogo é contada pelo nosso protagonista com a maravilhosa voz de Ron Pearlman (Hellboy), apesar de ele ser o único personagem com voz no jogo, ela é bem utilizada. O personagem vai comentar coisas que estão acontecendo e mandar frases de efeitos em momentos específicos, bem como o narrador no jogo Bastion. Por essa personalidade e estilo do personagem, é fácil se afeiçoar a ele.

Por falar em estilo…rapaz, esse jogo transborda disso. West of Dead segue uma estética bem Mike Mignola com sombras e cores chapadas. Fica claro o amor que os desenvolvedores devem ter por Hellboy, por seguir esse estilo e chamar Ron Pearlman para ser a voz do seu personagem. É um estilo que raramente vemos em jogos e aqui podemos perceber porque. Apesar de ser muito bonito de se ver, em diversos momentos fica muito confuso saber o que está acontecendo na tela.

Eu entendo que a mecânica da escuridão seja importante para o jogo, você tem que acender as luzes para ver o que está acontecendo e ainda dar um stun em seus oponentes, é uma decisão de design legal que gera uma estratégia para o jogo. Mas existem momentos em que tem muitos personagens juntos ou simplesmente alguém aparece do nada e te surpreende. Some isso ao fato da câmera ser fixa e você terá momentos bem frustrantes, levando em consideração que uma morte no jogo faz você voltar até o começo.

No seu básico, West of Dead funciona como qualquer jogo de ação isométrico. Você entra em salas e tem que resolver encontros com inimigos dando tiros neles enquanto esquiva e se protege em covers. Existem diversos itens e armas diferentes que são aleatórios nas suas runs como qualquer rogue-lite. Você pode carregar dois itens e duas armas por vez. Uma coisa interessante é a forma como ele trata o recarregamento da arma. A munição é infinita mas cada arma tem um tempo para recarregar as balas como se fosse um cooldown de habilidade, então você tem que alternar entre armas e tiros para não ficar sem opção de ataque por muito tempo. É uma solução simples e efetiva de design.

De início, a jogabilidade parece meio repetitiva, mas ao aparecer mais inimigos diferentes vão acontecendo momentos interessantes e bem divertidos. Os chefes também oferecem desafios interessantes. Tudo seria muito bom se os controles do jogo funcionassem do modo como devem funcionar. Para dar um exemplo, existe uma mecânica de ataque melee que consiste em usar o botão de tiro adjacente a um inimigo, mas geralmente ele não funciona, gerando momentos frustrantes. Bugs acontecem aqui e acolá e para uma experiência rogue-lite em que um erro te custa toda uma run, isso é decepcionante. Eu tenho para mim que alguns desafios poderiam ser melhor balanceados também, pois existem cenários e combinações de inimigos bem injustas.

West of Dead é um jogo bem punitivo, mas divertido. Você vai pegando o jeito das armas e itens enquanto joga e aprende a usar as melhores combinações. Os upgrades que você leva de run para run não ajudam tanto assim então você tem que depender mais da sua habilidade. Infelizmente, o jogo precisa de mais polimento e conserto de bugs para funcionar da forma como deveria ter sido concebido. Um balanceamento melhor das fases e uma “aleatoriedade mais justa” podem ajudar o jogo a ser menos frustrante. Mas, se você curte jogos isométricos e rogue-lites, com certeza deve testar esse. Além disso, ele está no Game Pass, então o acesso é bem fácil para PC ou XboxOne.