Elden Ring Elden Ring

Elden Ring

Muitas notas máximas foram dadas a Elden Ring, com o jogo sendo colocado como obra-prima e, ao que tudo indica, na mira de ser o melhor jogo do ano de 2022. É estranho pensar que esperávamos há tanto tempo e ele “já” está entre nós. Apesar do hype de trailers e gameplays que foram apresentados antes do seu lançamento, o jogo ainda parece ser exatamente o que FromSoftware tem desejado. Até o momento, Elden Ring tem tido uma das melhores recepções da crítica na história dos games e é atualmente o jogo mais bem avaliado da história no OpenCritic. Tem uma “Média Crítica Superior” de 97/100, um feito apenas igualado por Super Mario Odyssey, indiscutivelmente um dos melhores jogos de plataforma já feitos. Embora ainda seja cedo, e as reações sejam frescas, teremos de esperar para ver se o jogo corresponde realmente às expectativas dos jogadores. Os jogos da FromSoftware costumam trazer grandes dificuldades em sua jogabilidade e histórias complexas, e, para quem os curte, pode esperar por um jogo praticamente perfeito. Este pode ser o GOTY de 2022! Já vou abrir o coração: Elden Ring se tornou, até então, meu jogo favorito da FromSoftware. 

Um dos pontos positivos de Elden Ring é que ele tem um mundo aberto realmente envolvente, esse artifício, se mal utilizado, torna-se caótico, inclusive se tornando piada nos últimos anos por causa das telas poluídas com pontos sobre pontos, setas que mal te deixam ver o que há na tela e até mesmo dicas que “explodem” na sua cara o tempo todo ao ponto do ridículo. Mas, os produtores de Elden Ring acertaram em cheio e o jogo apresenta uma ótima abordagem, no sentido de que a descoberta é primordial antes de se chegar aos destinos marcados. Embora a história ainda seja, por vezes, complexa, gostei muito do esforço que fizeram para ajudar o jogador a entender esse mundo novo por meio de diálogos e pela descrição de cada item coletado. A série sofreu algumas alterações, na sua maioria, para melhor. Em determinado momento, optei por passear pelo mundo durante algum tempo sem verificar o mapa, no fim, tropecei num túmulo, fui emboscado por alguns inimigos e morri. Para ressuscitar, eu tive duas opções: me dirigir a um posto de controle chamado “estaca de Marika” (presumivelmente perto do túmulo em que, ironicamente, cai em uma armadilha mortal) ou ao último local da graça. Escolhi o primeiro, e logo encontrei-me muito perto do meu corpo, onde pude recuperar as runas [um tipo de “moeda” que se usa para subir de nível ou comprar coisas] que tinham ficado com ele. 

A “marcação onde é preciso ir” mecânica de migalhas de pão que foi anunciada quando o jogo foi revelado, nem sequer é assim tão descritiva. Enquanto os NPCs dão dicas vagas sobre a área para aonde ir e as setas brilhantes apontam para locais de interesse, nem todos vão ser locais que te levarão para a história principal. Com um mapa tão grande e com “coisas” que podem parecer não possuir objetivo algum, o acréscimo da viagem rápida e instantânea é praticamente uma dádiva divina, especialmente no caso de missões que exigem que você viaje muito para completá-las e tenha que passar várias vezes pelo mesmo caminho. No meu caso, em particular, pude jogá-lo no PS5, onde os loadings são mais rápidos, tornando a experiência ainda mais agradável. Os avanços técnicos e de design provocam no jogador a vontade de sair explorando mundo afora. As estacas de Marika, que funcionam como pequenos checkpoints para alguns combates contra chefes, e tornam as tentativas mais divertidas e rápidas.

Elden Ring

É realmente viciante percorrer pelo mapa e tentar saltar para ter uma melhor visão de tudo. Mais uma vez, é tudo orgânico. Ao explorar, frequentemente terrenos mais altos são ideais para encontrar uma área interessante, marcá-la no mapa, e depois ir até ela. Não é muito arriscado ou suicida, pois, com esse sistema de marcação, pode-se “desenhar” no seu mapa pessoal. Por exemplo, caso tenha visto algum brutamontes, um chefe de história, e sabe que não conseguirá enfrentá-lo, basta “carimbar” o local no mapa para que você possa voltar lá quando se sentir pronto.  O interessante dessa constante exploração, um dos focos do jogo, é sempre encontrar coisas novas. Existem alguns portões, em que é necessário chaves específicas para abrir cada um, mas não impedem de verdade que você examine todo o mapa. Derrotar um chefe o levará à área seguinte. Caso haja a preocupação com uma possível falta de espaços “tradicionais”, asseguro que há muitos, como castelos e ruínas. Dito isto, algumas das coisas do mundo aberto não são tão excitantes como eu gostaria. As masmorras podem ser derivadas, assim como as em Bloodborne, existindo camadas  – de “ruínas” (que são baús de tesouros), masmorras (pense como cálices), cavernas (geralmente, com materiais de aprimoramento de armas) e assim por diante. Alguns deles são enigmáticos, com layouts e quebra-cabeças densos. 

Ao chegar no chefe final, voltei e tirei 15 horas de mais coisas para fazer, e ainda não havia feito tudo. A marca de “90 horas ou mais” para uma primeira jogada é aproximadamente o que muitas pessoas estão fazendo. Na minha segunda jornada, encontrei pelo menos 10 outras coisas que não tinha encontrado antes, nas primeiras cinco horas da minha primeira vez.

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As mecânicas de batalha de Elden Ring

O combate é impulsionado por um sistema de carregamento mais amplo. Misturar e combinar estilos de jogo e tipos de armas é superfácil, e fazer sua própria poção para atender às suas necessidades – por exemplo, usando uma combinação de dois efeitos (que você pegará ao longo do jogo matando os guardiões das árvores) – é a personalização máxima do Elden Ring. Do ponto de vista da mecânica de combate, a variação de armas parece precisa e, por jogar em um PS5, não tive reclamações técnicas reais. Há muitos elementos específicos sobre as quais falar, mas a liberdade que eu senti em vários momentos foi absurda demais. Em vez de apenas aumentar as habilidades do personagem para aumentar as estatísticas de combate de um personagem como em tantos outros RPGs, eu pensei em como administrar melhor esses pontos – isso inclui modificação de armas, quais habilidades imbuir e quais peças de armadura usar. Invocar NPCs como um feitiço mágico é uma atualização insana para jogadores que gostam de ter a experiência sozinho no jogo, agora e para sempre. A criação, embora rotineira em muitos jogos, parece natural aqui, porque os itens que você pode conceber realmente importam para algumas situações.

Um componente do multiplayer, que tem tudo, de PVP a PVE em um só lugar, pode garantir que o legado de Elden Ring viva tanto quanto a maioria dos outros jogos Souls. Mais uma vez, demorou muito para chegar, mas veio. Tantos desafios são opcionais que não apenas afunilam nesse sentido genuíno de descoberta, mas também parece que você pode escolher o quão difícil deseja que o jogo seja. Claro, existem obstáculos, no sentido de que encontros de caminhos críticos levam a novas áreas, potencialmente a novos itens/aprimoramentos e lugares melhores para farmar/subir de nível. Alguns dos portões, já citados, serão irritantes se você quiser uma sensação constante de progressão da história. Eu até senti a pontada da linearidade perto do final do jogo, enquanto as coisas estavam se encerrando e se afunilando em uma série de lutas contra chefes.

Dizer que fiquei impressionado com Elden Ring é dizer o óbvio. Como experiência, é um dos jogos mais maravilhosos que joguei nos últimos anos e tem tanto a ser dito do ponto de vista do design, que as pessoas vão falar sobre suas escolhas por anos a fio e jogá-lo por muito tempo. Elden Ring é um jogo fantástico que pode proporcionar a emoção incomparável de derrotar um chefe difícil após uma batalha de horas. Aqueles que adoram o tipo Souls encontrarão um jogo que é basicamente tudo o que eles sempre quiseram. Há mais chefes do que nunca, mais áreas para explorar e tanto conhecimento para descobrir, que os arqueólogos digitais da comunidade Souls ficarão ocupados por anos.

Enquanto pequenos problemas técnicos e alguns gráficos datados ocasionalmente surgem, a direção de arte e o mundo de Elden Ring são espetáculos absolutos. É um jogo muito difícil, mas que te dá a chance de dar a volta por cima, sair de uma aventura e voltar mais tarde. E embora não seja a revolução que Demon’s Souls foi, é o mais próximo que a FromSoftware tem de recapturar essa magia mais uma vez.

RESUMO:

– Mundo incrível.

– Combate emocionante.

– Direção de arte impecável.

Algumas das melhores lutas contra chefes da série

@renemadeira
@gamesbonde