Adaptando o livro de Delia Owens, Um Lugar Bem Longe Daqui é um romance disfarçado de thriller que dá palco para a talentosíssima Daisy Edgar-Jones brilhar em uma atuação repleta de camadas (da sofredora abandonada à sobrevivente na mata, da ingênua apaixonada à jovem que sofre abusos etc.).
A trama de Um Lugar Bem Longe Daqui acompanha duas linhas temporais: a primeira sobre as aventuras da jovem Kya enquanto vive isolada em uma pequena cidade da Carolina do Norte. E a segunda é sobre a investigação de um assassinato de uma celebridade local na cidade fictícia de Barkley Cove.
O filme de Olivia Newman é bastante telegrafado (com exceção da reviravolta nos minutos finais, todo o andamento é um tanto previsível) e segue por um caminho seguro, quase como um conto de fada com pequenos momentos macabros (como o assassinato no pântano, em que a protagonista é acusada) e outras sequências um tanto quanto cafonas de apelo melodramático, mas que podem funcionar com o público das novelas (em especial, as mexicanas). Existem algumas mensagens ali sobre masculinidade tóxica que são interessantes nas representações, por mais que a ideia de uma jovem moça branca, magra, de pele perfeita, que é marginalizada pela sociedade e vive isolada nos pântanos da Carolina do Norte soe difícil de comprar, o que Edgar-Jones faz com esse papel ainda recompensa a experiência da sessão.
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