Com Sisu 2: Road to Revenge, o diretor Jalmari Helander expandiu o universo de Aatami Korpi sem perder a essência direta e física que definiu o primeiro longa. A sequência fecha a jornada do protagonista de maneira emocional, mas deixa espaço suficiente para que um eventual Sisu 3 possa existir. Com base no que os dois filmes estabeleceram — sem recorrer a informações externas — é possível imaginar alguns caminhos naturais para a franquia.
O que esperar de Sisu 3?
O ponto de partida mais evidente para um terceiro filme está nas consequências das ações de Korpi em território soviético. Em Road to Revenge, o personagem cruza fronteiras, destrói equipamentos militares e elimina Igor Draganov, uma das figuras mais temidas do Exército Vermelho. Esse rastro de destruição pode facilmente ser interpretado como agressão contra a União Soviética, abrindo a possibilidade de represálias militares. Um Sisu 3 poderia explorar justamente esse efeito dominó, colocando Korpi diante de uma nova perseguição, agora possivelmente mais organizada e motivada por interesses políticos.
Outra possibilidade está no elemento mais humano introduzido no final de Road to Revenge: a comunidade finlandesa que se reúne para ajudar Korpi a reconstruir sua casa. Essa cena sugere uma guinada emocional importante. Pela primeira vez desde a morte da família, Korpi encontra um grupo de pessoas dispostas a acolhê-lo. Um terceiro filme poderia aprofundar essa relação, trazendo uma ameaça externa que coloca o vilarejo em risco e obriga o protagonista a lutar não por vingança, mas pela preservação de um novo lar.
Esse cenário abriria espaço para um tipo diferente de antagonista. Se Draganov representava o confronto direto com o passado traumático, Sisu 3 poderia apresentar um inimigo com outra dimensão simbólica: um comandante soviético em busca de retaliação, um mercenário contratado para capturar o Imortal, ou até mesmo alguém ligado à nova comunidade que Korpi está tentando integrar. Qualquer uma dessas opções ampliaria a mitologia em torno do personagem sem repetir os conflitos anteriores.
Independentemente da trama escolhida, é razoável esperar que um terceiro capítulo mantenha a combinação que define a franquia: ação explosiva, humor seco e a figura quase mítica de Aatami Korpi superando desafios improváveis. Sisu 3 teria a oportunidade de explorar uma faceta inédita do protagonista — a de alguém que tenta permanecer em paz, mas cuja própria lenda continua a puxá-lo de volta ao campo de batalha.
Se a saga continuar, Korpi poderá enfrentar o maior dos desafios: descobrir se ainda é possível construir uma vida depois de tanto sangue derramado.