O filme Éden, dirigido por Ron Howard e disponível no Prime Video, leva o espectador a um dos episódios mais intrigantes da história das Ilhas Galápagos. Inspirado em eventos reais, o longa mostra como um grupo de europeus buscou criar uma sociedade ideal em uma ilha isolada, mas acabou revelando o lado mais sombrio da natureza humana. No desfecho, o conflito entre ideais filosóficos, inveja e sobrevivência culmina em tragédias que selam o destino de cada personagem.
À medida que a tensão entre os colonos aumenta, Friedrich Ritter (Jude Law) e Dore Strauch (Vanessa Kirby) entram em um ciclo de desilusão e hostilidade. O médico, que acreditava estar criando um modelo de vida pura e racional, vê seu projeto ruir quando a família Wittmer e a Baronesa Eloise Bosquet (Ana de Armas) chegam à ilha. A convivência entre os diferentes grupos transforma o isolamento em um campo de disputas por território, poder e prestígio moral.
A morte da Baronesa marca o ponto de ruptura. Após uma série de desentendimentos, ela e seu amante Phillipson são assassinados — crime encoberto por uma narrativa forjada de que ambos teriam deixado a ilha. Friedrich e Dore passam, então, a viver em permanente tensão com os Wittmers, enquanto a culpa e o ressentimento corroem o ideal de paraíso que tentaram construir.
O clímax ocorre quando Dore, exausta e doente, decide alimentar Friedrich com carne de frango estragada. Ele morre envenenado, acreditando ter sido vítima de uma traição deliberada. A cena simboliza o colapso total do sonho utópico de Éden, onde o homem que queria transcender a natureza acaba vencido por seus próprios instintos e fraquezas.
Após a morte do médico, o governador de Galápagos chega à ilha para investigar o desaparecimento da Baronesa e a morte de Friedrich. Dore confirma parte da história, mas Margaret Wittmer (Sydney Sweeney) a contradiz, deixando o caso envolto em mistério. Sem provas, Dore deixa a ilha e retorna à Alemanha, onde escreve suas memórias.
Já os Wittmer permanecem em Floreana, tornando-se os verdadeiros sobreviventes da experiência. Décadas depois, Margaret publica seu próprio relato, oferecendo uma versão oposta à de Dore. Assim, o final de Éden não traz respostas definitivas, mas reforça a ironia central da história: na busca por um paraíso perfeito, os personagens criam seu próprio inferno.