Uma reflexão sobre o “ser palhaço” é o mote do documentário PAGLIACCI, dirigi
– O palhaço é aquele que desafia, que contrasta, que faz rir. Aquele que não pensa e nem age como os outros esperam e, por isso, pode se expressar de forma real, sem medo de ser ridículo e do julgamento alheio. Quebra paradigmas e traz o novo. Fala aquilo que incomoda, aquilo que transforma. O palhaço, o bobo da corte, o louco, o bêbado. O personagem que enxerga os podres e comunica o que ninguém mais tem coragem de dizer e é por isso ele nos faz rir de nós mesmos – afirma um dos diretores, Luiz Villaça.
Despertado no trabalho conjunto do grupo formado por Villaça com Chico Gomes, Pedro Moscalcoff, Julio Hey e Luiza Villaça, o grupo de diretores da Bossa Nova Films abraçou o desafio e, através do cotidiano de Fernando Sampaio e de entrevistas com os artistas e com o público, construiu no documentário, o significado desta profissão tão antiga quanto a humanidade.
PAGLIACCI mostra como um homem tímido fora dos palcos se transforma quando assume a persona do palhaço. Desde o falecimento do amigo e sócio Domingos Montagner, em 2016, Fernando conduz o processo da construção de uma versão teatróloga e circense da ópera homônima pela primeira vez sem a presença física de Domingos, mas com novos parceiros que encontrou durante oficinas ministradas pela dupla Fernando Paz e Filipe Bregantim. O documentário narra a construção do espetáculo desde os primeiros ensaios até uma montagem já mais madura, duas semanas após a estreia. Os momentos iniciais da preparação, a ansiedade, o nervosismo e os últimos ajustes estão em pauta.
Montagner e Fernando se conheceram no Circo Escola Picadeiro, em São Paulo, e logo formaram uma dupla de palhaços. Na época, sob orientação do Mestre Roger Avanzi, o Palhaço Picolino, eles levavam às ruas recriações e números circenses. Juntos, ao lado de Luciana Lima, esposa de Montagner, eles criam o LaMínima, em 1997, com o espetáculo “LaMínima Cia de Ballet”, baseado no humor físico e nas clássicas paródias acrobáticas. Ao longo de 20 anos, os amigos e parceiros foram se aperfeiçoando e trabalhando com grandes nomes da arte circense e do humor, como Leris Colombaioni, Leo Bassi, Chacovachi, Fernando Neves e Neyde Veneziano. Em 2008, ganharam o Prêmio Shell de Teatro SP de Melhor Ator com a peça “A Noite dos Palhaços Mudos”, com direção de Álvaro Assad e roteiro de Laerte. O LaMínima também é o fundador do coletivo Circo Zanni, que tem como objetivo revitalizar a importância dos circos na vida cultural das cidades.
“Senhoras e senhores! Na peça que estão prestes a assistir, o autor quer capturar as velhas tradições e mostrá-las novamente.
Mas ele não pretende contar-lhes o que estão sempre acostumados a dizer.
Não! Este autor quer mostrar-lhes um verdadeiro pedaço de vida. A verdade foi sua inspiração. Verão o amor como o povo real ama. Verão os trágicos resultados do ódio e espasmos da dor real.
Escutarão gritos de raiva real e risos cínicos.
Assim, não devem pensar em nossos pobres truques teatrais. Devem
pensar em nossas almas, pois somos pessoas de carne e osso – e
neste mundo solitário respiramos o mesmo ar que vocês.”
Tonio, Prólogo da ópera “O Palhaço”
PAGLIACCI é uma produção da Bossa Nova Films, LaMínima, GloboNews, Globo Filmes e Canal Brasil. Será distribuído no Brasil pela Pandora Filmes.
SINOPSE: O documentário “Pagliacci” celebra – de maneira poética – o que é ser palhaço. O filme aborda questões filosóficas e simbólicas sobre a necessidade do homem de rir de si mesmo. Em uma mescla sensorial e emocionante, o longa parte do que há de mais humano e verdadeiro: o riso.