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Inabitável vence a VII Mostra Curta Vazantes; saiba mais

Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade chega ao fim com o anúncio dos curtas-metragens premiados da sétima edição, que aconteceu entre os dias 14 e 30 de junho e exibiu 23 curtas-metragens, entre ficções, animações e documentários, realizados no Brasil, Espanha, México e França. O curta pernambucano Inabitável, dirigido por Matheus Farias e Enock Carvalho, foi reconhecido pelo Júri Oficial como o melhor filme da programação. A trama conta a história de Marilene, que procura sua filha Roberta, uma mulher trans desaparecida.

O Júri Oficial foi formado pelo cineasta e professor André Antônio, pelo cineasta, crítico de cinema e professor Alexandre Figueiroa e pela jornalista, fotógrafa, curadora e produtora cultural Priscila Urpia. O trio também concedeu os prêmios de melhor direção para “4 Bilhões de Infinitos”, de Marco Antônio Pereira; melhor roteiro para “De Vez em Quando Eu Ardo”, de Carlos Segundo; melhor fotografia para “A Barca”, de Nilton Resende; melhor interpretação para Emily de Jesus em “Baile”, de Cíntia Domit Bittar, e melhor montagem para o curta espanhol “Piccolino – Una Aventura en la Ciudad”, de Giovanni Maccelli. Por fim, “Manaus Hot City”, curta-metragem amazonense dirigido por Rafael Ramos, recebeu o Prêmio Especial do Júri.

Em parceria com a Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine), o Júri da Crítica foi formado por Arthur Gadelha, Rafael M. Vasconcelos e Thiago Henrique Sena. Os críticos reconheceram o pensamento questionador do curta-metragem carioca “Neguinho”, de Marçal Vianna, e da produção cearense “Terceiro Dia”, de Jéssica Queiroz. Por meio de votação popular, os espectadores da Mostra Curta Vazantes elegeram “Reexisto” (SP), dirigido por Lethicia Galo e Rodrigo Campos, como o melhor filme da edição.

A VII Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade é uma realização da Pontilhado Cinematográfico, da Universidade Católica de Pernambuco, através da Pró-Reitoria Comunitária, e do Instituto Humanitas da Unicap. O evento conta com parcerias da Fundação Antônio dos Santos Abranches (FASA), da Fundação Fé e Alegria Vazantes e do Armazém Coral Acha Aqui, além de diversos voluntários que participam na construção e execução desse projeto.

PREMIADOS – VII MOSTRA CURTA VAZANTES

– JÚRI OFICIAL

MELHOR FILME: INABITÁVEL (PE), de Matheus Farias e Enock Carvalho

Justificativa: Pela excelência na orquestração de todos os elementos fílmicos – atuação, som, figurino, direção, roteiro – que concorrem para criar uma narrativa emocionante e politicamente importante, o júri concede o prêmio de melhor filme para INABITÁVEL.

MELHOR DIREÇÃO: 4 BILHÕES DE INFINITOS (MG), de Marco Antônio Pereira

Justificativa: Pelas belas soluções cênicas, pela decupagem delicada, pelo uso inteligente da luz e a ótima direção de atores, o prêmio de melhor direção vai para 4 BILHÕES DE INFINITOS.

MELHOR ROTEIRO: DE VEZ EM QUANDO EU ARDO (SP), de Carlos Segundo

Justificativa: Pela forma sutil como o filme constrói aos poucos, através de uma protagonista que vai desvelando várias camadas, uma expectativa que ao mesmo tempo se quebra e desabrocha numa imagem onde a linguagem fotográfica e a cinematográfica se encontram, o prêmio de melhor roteiro vai para DE VEZ EM QUANDO EU ARDO.

MELHOR FOTOGRAFIA: A BARCA (AL), de Nilton Resende

Justificativa: Pela criação de um universo singular, com cores que beiram o fantástico e o alegórico e por nos proporcionar um passeio aquático pela noite iluminada pelo luar, o prêmio de melhor fotografia vai para A BARCA.

MELHOR INTERPRETAÇÃO: EMILY DE JESUS em BAILE (SC), de Cíntia Domit Bittar

Justificativa: Por construir com naturalidade e ao mesmo tempo leveza uma personagem que está lidando pela primeira vez com questões humanas profundas sem abandonar o ponto de vista da infância, o júri concede o prêmio de melhor interpretação para a atriz Emilly de Jesus do filme BAILE.

MELHOR MONTAGEM: PICCOLINO – UNA AVENTURA EN LA CIUDAD (Espanha), de Giovanni Maccelli

Justificativa: Pela habilidade de unir fluidamente a animação stop-motion com a filmagem de atores reais, além de manter o ritmo em habilidosos momentos de ação e perseguição, o prêmio de melhor montagem vai para PICCOLINO.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: MANAUS HOT CITY (AM), de Rafael Ramos

Justificativa: Pela apresentação de uma Manaus outra, construindo uma representação inusitada da cidade com referências estéticas pop, além de trazer personagens que lidam com as dores da vida com o cuidado e o afeto que vêm da amizade, concedemos o prêmio especial do júri a MANAUS HOT CITY.

– JÚRI DA CRÍTICA: NEGUINHO (RJ), de Marçal Vianna, e TERCEIRO DIA (CE), de Jéssica Queiroz

Justificativa: “Parece que tá todo mundo ouvindo e ninguém tá falando nada”. A frase composta por Arnaldo Antunes e Nando Reis parece sintetizar essa realidade em que estamos inseridos, apesar de todas as comunicações e novas ferramentas de ação promovidas neste século: um cenário de imobilidade, silenciamento e omissão. No Estado que estamos, pairam as dúvidas e os suspenses, mas também brotam as indignações, sensações que, cada vez mais, vêm sendo expressas por meio do cinema e suas infinitas possibilidades. Independente do espaço e do tempo em que essas imagens e sons se organizam, reações à mesma normalização do absurdo, à tragédia anunciada, à convivência com o desastre e ao ímpeto da resposta. Dessa forma, o júri acredita que a função da crítica vai além de uma análise técnica da obra, muitas das vezes propondo olhares que construam alternativas ao lugar-comum, abrindo janelas para um pensamento questionador e de como o cinema se relaciona com nossa realidade. A Aceccine, por meio de seu Júri, premia no VII Curta Vazantes os filmes NEGUINHO, de Marçal Vianna, e TERCEIRO DIA, de Jéssica Queiroz.

– JÚRI POPULAR: REEXISTO (SP), de Lethicia Galo e Rodrigo Campos