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Globoplay estreia Belchior – Apenas um Coração Selvagem

O mês de abril encerra com novidade no Globoplay. A plataforma de streaming da Globo recebe, neste domingo (30), o documentário inédito “Belchior – Apenas um Coração Selvagem“, que celebra a obra de Belchior, cantor, compositor e poeta nordestino, eternizado nas vozes de outros grandes artistas de sua geração, como Elis Regina e Erasmo Carlos. O filme, lançado no dia em que se completa seis anos desde a sua partida, é uma homenagem que traz um autorretrato em que são revisitadas imagens de um rico e variado acervo com registros de entrevistas do artista concedidas à imprensa, ao longo de sua carreira, e de algumas de suas principais apresentações em shows, clipes e festivais de música.

Belchior, que nasceu na cidade de Sobral, no Ceará, fala sobre sua origem, as dificuldades do povo nordestino e sua formação musical. O documentário também retrata as principais influências no seu trabalho, que iam desde as canções do rei do Baião Luiz Gonzaga, de Jackson do Pandeiro e do movimento da Tropicália até a banda de rock britânica Beatles. Algumas passagens contam curiosidades sobre sua música, sua arte e sua maneira peculiar de enxergar a vida e o seu trabalho. “O grande prêmio que eu tenho recebido, ao longo da minha carreira, é a possibilidade de fazer uma arte como eu acho que deve ser feita. Esse é, na verdade, o maior prêmio: o coroamento de todo o vigor e espírito de juventude que um artista possa ter”, declara Belchior em uma de suas entrevistas. No filme, o cantor fala ainda da nova linguagem e do papel de resistência da música de sua época. “Toda a música da minha geração foi transformadora, de resistência, com uma nova linguagem, que, nos limites da arte, tentou apresentar uma face nova para o Brasil”, destaca o artista em mais um dos arquivos recuperados para o projeto.

“A ideia do documentário surgiu essencialmente de uma paixão minha e da Natália pela obra de Belchior e pela construção de suas letras, de uma maneira muito artesanal. Mergulhamos nesse processo desde 2016, quando o cantor ainda estava vivo, e tínhamos o desejo de encontrar com ele. A ideia era chegar até o artista mostrando que existiam muitas pessoas que reconheciam essa genialidade de sua obra. Quando Belchior faleceu, em 2017, a gente tomou um grande baque. O projeto e as pesquisas já tinham iniciado e a gente sentiu uma responsabilidade ainda maior. Precisávamos mais ainda contar aquela história para o público”, destaca Camilo Cavalcanti, produtor e codiretor do filme ao lado de Natália Dias.

O documentário é, segundo seus criadores, uma grande oportunidade para aqueles que conheciam pouco sobre a verdadeira essência de Belchior. “O público pode esperar descobrir Belchior. Esse é um filme em primeira pessoa onde ele conta sua história e onde a gente se depara com uma genialidade, uma crueza de como ele lidava com a sua própria carreira, com os questionamentos que ele recebia, com a relação com o público, com a imprensa, com o sucesso, com as decisões que ele tomava. Acredito que antes de qualquer coisa foi uma oportunidade de a gente reapresentá-lo para um público que não conhecia ainda a genialidade do artista e tinha conhecimento apenas de algumas de suas canções”, pontua Camilo. “Ao mesmo tempo em que essa obra é sobre o Belchior, ela também conecta muito intimamente com as pessoas de um modo geral, porque traz um artista inquieto que questiona suas angústias, alegrias, percalços, refletindo também sentimentos inerentes à natureza humana, tudo isso através de sua história e poesia”, complementa a diretora Natália Dias.

A produção conta ainda com a participação especial do ator Silvero Pereira, que recita algumas das principais obras de Belchior. “Foi uma honra imensa fazer parte desse projeto. Venho estudando Belchior há alguns anos e essa experiência de recitar as canções foi bem interessante para minha percepção das letras para além do cantar. Conheço a obra dele desde pequeno, ouvia através de meu pai por LP. Sempre fui fã do artista por ser um grande compositor e meu conterrâneo. Me identifico com muitas de suas canções porque acho seu trabalho atemporal no sentido político, afetivo e artístico”, declara Silvero.

O documentário “Belchior – Apenas um Coração Selvagem”, que já passou por festivais no Brasil e no exterior (como o Festival É Tudo Verdade, o Festival do Rio, IN-EDIT Brasil, Mostra Ouro Preto de Cinema, Inffinito Brazilian Film Festival – Miami, 17º FestAruanda, XVI NOVOCINE – Madrid, Festival du Cinéma Brésilien de Paris e FESTin Lisboa, onde recebeu Menção Honrosa do Júri), estará disponível como longa-metragem de 90 minutos de duração no Globoplay, a partir deste domingo (30). A obra tem roteiro de Camilo Cavalcanti, Natália Dias e Paulo Henrique Fontenelle, que também assina a montagem, direção de Natália Dias e Camilo Cavalcanti e foi produzida pela Clariô Filmes.