Crítica | Scary Mother traz uma mãe realmente assustadora

Dirigido por Ana Urushadze, Scary Mother (Sashishi Deda) é o indicado da Geórgia para concorrer à categoria de  Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2018.

O filme narra a história de Manana, uma escritora dona de casa, esposa e mãe. Vivendo em uma família tradicional, Manana tem sua liberdade criativa oprimida. Até o dia em que ela se vê entre o dilema de seguir sua vida como dona de casa, esposa e mãe ou de soltar suas asas e se tornar uma escritora de verdade.

Nato Murvanidze interpreta Manana. E sim, ela consegue ser uma mãe realmente assustadora! Sua atuação é brilhante, todas as suas expressões faciais são impressionantes! Ela transpassa uma loucura quase sã ao espectador que o faz odiar a personagem ao mesmo tempo que o faz torcer por ela.

O roteiro foca Manana essencialmente. O que por vezes o torna monótono pois talvez se tivéssemos a oportunidade de conhecer melhor a família dela isoladamente poderíamos compreender mais o drama vivido pela protagonista. A linearidade absoluta também ajuda a torná-lo até um pouco cansativo.

Ana Urushadze por sua vez dá um show na direção! Seus planos são executados com tanta maestria que é impossível não se deter por um bom tempo a eles. Notoriamente obcecada por linhas, todos seus planos possuem detalhes em retas. O filme acaba por parecer até mais uma bela exposição de fotografia do que cinema. E acredito que isso é o que mais impressiona.

A parte sonora do filme é bastante peculiar e ao menos à mim não agradou. O score principal lembrava sons de bolinhas de gude sendo roladas num piso. O que após várias repetições se tornou bem irritante para mim.

Como representante para Oscar, Scary Mother deixa um pouco a desejar se comparado à alguns de seus concorrentes como por exemplo o excelente Glory, da Bulgária.