Conformidade e rebelião marcam a entrada da Alemanha no Oscar de 2024. O olhar incisivo sobre a dinâmica de poder e a complexa busca pela verdade é o que move A Sala dos Professores (Das Lehrerzimmer), indicado a Melhor Filme Internacional na premiação, com estreia marcada para esta quinta-feira, 29, nos cinemas do Brasil.
Uma escola vem sendo assombrada por uma onda de furtos e o corpo docente da instituição se mobiliza para encontrar os infratores. Com metodologias questionáveis e cruzando barreiras éticas, há algumas suspeitas. Seriam os alunos? Ou algum dos professores? Talvez um dos funcionários? E por quê? Na busca por culpados, a linha entre o certo e o errado parece ficar cada vez mais tênue.
A obra, dirigida por Ilker Çatak, vem conquistando a crítica ao redor do mundo. Nascido em Berlim no ano de 1984, filho de imigrantes turcos, Çatak mudou-se para Istambul aos doze anos, onde completou o ensino médio na Escola Alemã de lá, junto com o co-escritor Johannes Duncker. As experiências dessa época ecoam no longa, assim como o passado e o presente da Alemanha vão se apresentando nas entrelinhas da narrativa. Pouco a pouco, o filme nos envolve em uma reflexão sobre temas como imigração, xenofobia, responsabilidade e a fragilidade da verdade.
Em “A Sala dos Professores”, o cenário de desconfiança geral, acusações graves embasadas em suposições e poucas provas, além de uma série de atitudes controversas, vão abrindo espaço para a revolta daqueles que vêm sendo hostilizados. Embates recheados de violência simbólica vão dando o tom do filme, enquanto a tensão entre os muros da escola aumenta e nos leva a um final surpreendente.