Furiosa: Uma Saga Mad Max Furiosa: Uma Saga Mad Max

Furiosa: Uma Saga Mad Max é mais um acerto de George Miller

Estrelado por Anya Taylor-Joy, filme estreia nos cinemas

Como contar a origem de uma personagem tão icônica e poderosa quanto Furiosa, vivida por Charlize Theron no incrível “Estrada da Fúria“? Como trazer à tona a sua raiva, a melancolia e a força de uma mulher que existe para lutar pela vida? Não apenas sua própria vida, mas também a de outros que sofrem, como vemos no seu resgate de outras mulheres que, como ela, um dia acreditaram não ter saída. “Furiosa: Uma Saga Mad Max” nos envolve com maestria, sem precisar de muito diálogo ou explicações excessivas.

A história já começa mostrando um pouco sobre o local do qual ouvimos falar em “Mad Max: Estrada da Fúria”, porque não precisa de muita coisa para entendermos como funciona esse paraíso, suas regras, seus dizeres. Rapidamente essa introdução intempestiva nos apresenta a outra figura dentro dessa narrativa, uma que é alucinadamente perigosa e nos parece muito com os ídolos atuais: Dementus, personagem de Chris Hemsworth, que está muitíssimo à vontade para ser um líder estilo Charles Manson, só que pondo também o seu na linha de frente, mesmo que de forma covarde, e sem a parte religiosa, opondo-se diretamente ao culto destruidor criado por Immortan Joe (vivido aqui por Lachy Hulme), um sendo a contraparte da outra, batendo-se de frente.

No meio dessa disputa de poder entre poderios masculinos e loucos, está a pequena Furiosa, que faz de tudo para sobreviver, esperando o momento certo para fugir e voltar aos seus. Nesse meio tempo, temos todo tipo de ação desenfreada, no melhor estilo do seu predecessor de sucesso, com mais criatividade e bem insano.

Furiosa
Chris Hemsworth como Dementus; Divulgação: EW.
Furiosa
Nathan Jones como Rictus Erectus, Josh Helman como Scrotus e Lachy Hulme como Immortan Joe. Divulgação: EW.

Anya Taylor-Joy está brilhando muito aqui, pois sua personagem mal tem falas, mas, no melhor estilo Mad Max de Tom Hardy, conseguimos entender toda a sua trajetória e história sem palavra dita de forma direta. A atriz é muito expressiva, e suas “falas” são guiadas pela ação, pois é assim que o filme se desenrola. Sua personagem é fechada, misteriosa, cheia de fúria, mas ao mesmo tempo vemos nela muito amor e cuidado encerrados naquela fachada de poder.

Como dito, o que movimenta a trama é sua ação desenfreada. O filme tem um ritmo primoroso, de tirar o fôlego, onde não temos, assim como a personagem, nenhum momento de paz para processar tudo. O longa sustenta, em meio ao caos e destruição, um tom de desespero e desesperança, causando, no meio das explosões e da empolgação pela ação insana, um aperto no peito.

O diretor George Miller estica um pouco demais na infância da personagem e no final, mas nada que atrapalhe o desenvolvimento dramático, ou criativo da história. Os arcos são bem amarrados, as cenas são bem conduzidas, para variar, a direção de fotografia comandada por Simon Duggan (“Até o Último Homem”, “O Grande Gatsby”) faz um trabalho para lá de excelente.

“Furiosa: Uma Saga Mad Max” é emocionante, nos fazendo vibrar, chorar e desesperar, sem percebermos que o filme tem mais de duas horas. Mais uma vez, George Miller acerta em cheio.