Valerian e a Cidade dos Mil Planetas │ Crítica

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas é baseado em uma HQ dos anos 60 que leva o mesmo nome. Apesar da ótima proposta, o filme foi um completo erro! Cenas arrastadas, piadas ruins a todo tempo e falta de carisma por parte do elenco formaram um pacote completo para o desastre.

Logo no começo, somos levados a ver uma evolução ao longo do tempo em relação à paz mundial e depois interplanetária. Todos os povos (terráqueos ou não) unidos e vivendo em harmonia durante muitos anos. Logo após, somos apresentados aos Pearl, um núcleo que me agradou bastante pela produção visual, e depois a Valerian e Laureline, agentes do governo.

Cara Delevingne fez um bom trabalho como Laureline, mas mostrou como Hollywood ainda precisa aprender a fazer personagens empoderadas sem que pareça extremamente forçado. Gosto da concepção de personagens “marrentas”, mas o exagero com as piadas em cima disso fez com que essa característica perdesse a graça em cinco minutos. Mesmo assim, a presença de Cara salvou a personagem, diferentemente de Valerian.

Logo em sua primeira aparição o filme deixa claro que o personagem é um mulherengo, mas digamos que Dane DeHaan não convenceu nem um pouco no papel. Obviamente, Valerian se sente atraído por Laureline, e esse foi outro ponto que rendeu péssimas cenas românticas ao filme. Pausas em meio a cenas de ação para um diálogo pouco convincente que dura bem mais do que o necessário e não nos passa a naturalidade que um romance deveria ter foram comuns e cansativas. Sem contar o fato de que em momento algum acontece uma empatia do expectador com o protagonista.

Rihanna fez uma boa aparição e posso dizer que se o humor tivesse sido guardado apenas para esse momento, o filme teria sido muito melhor. Porém, mais um problema de roteiro ficou evidente na forma como se livraram de sua personagem, que foi totalmente desnecessária. Uma das personagens mais interessantes do filme acabou sendo usada apenas como um plot device de um núcleo aleatório e totalmente desnecessário a trama ─ e mesmo assim, com cenas muito demoradas. De qualquer forma, a cantora impressionou por seu desempenho.

Na coletiva de imprensa que aconteceu em São Paulo, Luc Besson afirmou que o valor do amor foi um dos pontos mais importantes do filme, contraditório se avaliarmos que em uma das missões, soldados morreram e os protagonistas nem sequer mencionaram isso, como se nada tivesse acontecido. Até o romance entre os dois pareceu ficar abafado pela quantidade de informações que colocaram. Exagero de piadas, núcleos e histórias fazem com que o expectador fique perdido na hora de escolher um foco.

Para não dizer que tudo foi ruim, os efeitos visuais são bons. O visual dos Pearl e outras criaturas no geral são interessantes ─ mesmo que a maioria delas pareçam seguir um mesmo padrão entre si, os Pearl são os únicos com um visual de fato diferente ─ e alguns cenários poderiam ter sido melhor explorados, mas de qualquer forma, pra quem esperava ver algo com o nível de O Quinto Elemento, Valerian deixa muito a desejar!

Para os que quiserem arriscar a ver o filme no cinema, Valerian estreia nas telonas no dia 10 e uma sessão comum já o suficiente para ver tudo o que o filme tem a oferecer.