um espião animal um espião animal

Um Espião Animal | Crítica

Mesmo com trama que demora para engrenar, Um Espião Animal é diversão garantida e vale o seu ingresso

Com uma clara inspiração em James Bond e inúmeros outros filmes de espionagem, Um Espião Animal demora um pouco para engrenar, mas depois que a história realmente começa, fica muito, mas muito bom.

A premissa é bem simples: um menino gênio, super esquisito – Walter (dublado por Tom Holland), só quer que suas invenções sejam reconhecidas – mas todos o subestimam por ele ser muito otimista e inegavelmente sonhador, enquanto, do outro lado, temos o melhor espião do mundo, Lance Sterling (Will Smith), que é o típico personagem fodão que trabalha sozinho. E óbvio que ele também menospreza o trabalho do menino Walter. Acontece que Lance é incriminado e acaba tendo que pedir ajuda ao jovem para desaparecer, mas, o que o grande agente menos esperava, é que ele acabasse se transformando em algo que odeia: um pombo.

Pontos altos

Eu assisti o filme dublado, então, infelizmente, não sei como está a dublagem norte-americana, mas posso garantir que a brasileira está excelente. Com a voz do incrível Lázaro Ramos como Lance Sterling, a equipe cuidou para que as piadas se encaixassem na nossa realidade brasileira, trazendo nacionalismos para a língua e sentido para as tiradas engraçadas. Também sei que Thaís Araújo está na equipe de dublagem, e eu to supondo que ela esteja dublando a personagem da Rashida Jones, a agente Marcy Kappel – que é a responsável por capturar Lance Sterling.

Taís Araujo e Lázaro Ramos no estúdio de dublagem
Taís Araujo e Lázaro Ramos, estrelas da versão nacional da animação

Não encontrei informações sobre as outras dublagens brasileiras, mas algumas são vozes que já conhecemos de outros lugares e fizeram um excelente trabalho, como sempre. A qualidade da animação está impecável. Os personagens trazem características e trejeitos dos dubladores, a ação está muito bem feita e consegue passar o exagero de suas cenas com muita clareza (aprende, Michael Bay).

Os personagens são muito carismáticos, até mesmo os secundários que não aparecem muito tem um espacinho para brilhar. E o relacionamento entre os protagonistas criando um laço de amizade é muito bem construído, enlaçando a trama entre momentos de respeito e cenas engraçadas. Ah, e o vilão é bem crível e sua história cabe tão perfeitamente para a proposta do filme que fica até estranho.

A trilha sonora também está muito característica de filmes de ação/espionagem, mas obviamente que Will Smith estava metido em todas as canções. Eu gostei, particularmente, mas pode ser que desagrade alguém, nunca se sabe.

Pontos baixos

Como eu falei antes, a trama demora para engrenar. Pelo menos dez minutos de filme são meio chatos, e eu fiquei genuinamente preocupada se seria bom ou não. Ainda bem que melhora, e muito.

O vilão acabou ficando meio genérico. Ele aparenta ser muito perigoso, mas obviamente que Lance Sterling é bom demais no que faz e o roteiro puxa muito pro lado dos milhões de capangas para animar a coisa – ou seria tudo muito fácil. O lado bom é que a ação é muito divertida, e os criadores utilizam uma boa dose de criatividade  para exibir todas as habilidades do personagem e todos os itens disponíveis de espião possíveis, mas, em compensação, o vilão só entra em cena para falar.

Vale a pena?

Vale sim! Depois que engrena, Um Espião Animal fica divertidíssimo e eu sai do cinema ouvindo de todo mundo que só me escutavam rindo (principalmente por eu ser extremamente escandalosa nas risadas, mas tudo bem). Dá para levar a família toda, ou ir sozinho(a), se assim preferir. Vai ser diversão garantida.