Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City

Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City

Na década de 1990, a Capcom lançou o primeiro jogo de uma franquia que não imaginaria ser tão longeva e lucrativa. Mesclando ação, horror e sobrevivência, Resident Evil logo se tornou um dos maiores sucessos da empresa, gerando continuações no PlayStation e, consequentemente, sua primeira adaptação para o cinema pouco tempo depois, até chegar em Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City, sua mais nova adaptação.

Passado alguns anos desde o lançamento do filme Resident Evil: O Capítulo Final, em 2016, a Sony logo fechou um contrato com a Constantin Film para produzir um projeto que se prenderia aos jogos originais, deixando de lado tudo o que foi visto nos cinemas até então.

Lançado no final de 2021, Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City, sob a direção de Johannes Roberts (Medo Profundo), não empolga em nenhum momento e ainda sai tropeçando em fan service desnecessário.

Adaptando a história dos dois primeiros jogos, a trama do filme começa quando Claire Redfield, interpretada por Kaya Scodelario, volta para a sua cidade natal na pretensão de avisar ao seu irmão, Chris Redfield (Robbie Amell), que a Umbrella Corporation, um grande conglomerado farmacêutico que domina a cidade de Raccoon, está tramando algo bizarro.

Um dos pontos altos de Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City foi a escolha dos atores. Além de Kaya e Robbie, Hannah John-Kamen (Jill Valentine), Tom Hopper (Albert Wesker), Avan Jogia (Leon S. Kennedy), Neal McDonough (William Birkin) e Donal Logue (chefe de polícia Brian Irons) também estão no elenco.

Apesar de não ter ótimas atuações, o elenco é interessante, mas o roteiro e a direção não ajudam em nada os atores. Escrito por Roberts e Greg Russo, do mais recente Mortal Kombat, o texto é fraco, com frases de efeito ruins, dificultando o entendimento para quem não conhece os jogos e conduzindo o filme de maneira previsível.

O melhor exemplo é o tratamento que Leon recebeu. Bobo demais e surdo, o personagem toma atitudes estúpidas durante o filme, se transformando no alívio cômico desnecessário para uma adaptação que prometia ter uma ambientação com mais horror.

Um outro aspecto interessante do filme foi a representação da cidade de Raccoon. Menos desenvolvida do que a dos jogos, a produção realmente buscou adaptar o ambiente da melhor forma. A delegacia é um dos melhores locais, por sinal – com sua fachada, o hall de entrada e todos os detalhes que os mais atentos irão observar.

Mas o valor de produção nisso tudo é pequeno pois a cidade em si não é explorada. É como se tudo acontecesse em uma rua chamada Raccoon, sem adicionar nenhuma vida a mais em tudo o que eles pensaram e criaram. Os poucos moradores que ainda residem naquele local, com um ar fantasmagórico, são totalmente irrelevantes para a trama.

Além dos zumbis, Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City também busca trazer referências aos monstros da franquia inicial, e, possivelmente, outros mutantes poderiam estar presentes nesse filme, mas é esperado que surjam em possíveis continuações – ainda não confirmadas.

Com uma cara de filme trash, o que não é ruim, e um enredo todo truncado e mal resolvido, Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City é um projeto que poderia facilmente ter focado no primeiro jogo da série, no horror e na sobrevivência, mas optou por misturar vários personagens interessantes em uma história insossa com zumbis.