Power Rangers | Crítica

Muito se especulou a respeito desse novo longa e da reinvenção do universo de Power Rangers, “vai ser ruim”, “vai ser bom”, tínhamos bastante margem para deduzir e conjecturar nessas duas vertentes de expectativas. Eis que, quem optou por: “vai ser bom”, acertou em cheio.

O longa dirigido por Dean Israelite explora a vida de cinco jovens adolescentes e a suas interações e sua construção como uma equipe, (Que posso logo destacar que é a melhor coisa do filme) colocando assim uma abordagem mais aprofundada de seus protagonistas e diferente do seu material original, dando motivações reais, dúvidas e medos. Os cinco personagens são bastante carismáticos, destaque para RJ Cyler que interpreta Billy, é notório o conforto e diversão que os atores sentem em estarem fazendo parte daquele novo universo que está se estabelecendo.

Muito tempo de tela é dedicado ao fator de conhecimento de personalidade de cada e como eles estão se conhecendo. A amizade é um tema chave aqui. Apenas entendendo um ao outro eles poderão alcançar o poder máximo que precisam para “morfar“.

As personalidades dos jovens são bem definidas e interessantes, beiram em alguns estereótipos, mas nada muito caricato. Principalmente por Billy, este que possui um pé no espectro de autismo. Outro ponto positivo, é o flerte que temos no decorrer da história com assuntos mais delicados, como já citado, o autismo de Billy ou homossexualidade de Trini (Becky G). Não há tanto aprofundamento em tais discussões, mas é deixado claro que são fatores importantes e impactantes na vida dos jovens personagens.

Uma das dificuldades que certamente haveria é a questão de que tom o filme iria seguir, e o que encontramos em Power Rangers é uma boa balanceada, um pouco mais denso quando necessita ser e com doses funcionais de humor, sem se perder em sua proposta. O mesmo, porém, não pode ser dito de seu ritmo, o segundo ato é bastante longo e chega a ser um tanto cíclico.

Como série infantil dos anos 90, Power Rangers sempre foi galhofão e com vários clichês. Nesta releitura, o que se destaca é como se é trabalhado o clichê, não fica bobalhão embora o espectador saiba que seja. O roteiro é bem amarradinho, começo, meio e fim, sem grandes promessas.

Rita Repulsa (Elizabeth Banks) é bastante assustadora, diria que foi a vilã que o filme mereceu. Embora, o que ela tenha feito não fizesse jus a sua fama instaurada na própria história deste filme. Mas é funcional.

O clímax, quando os eles aparecem com as devidas armaduras, é MUITO divertido. Uma dose gigante de saudosismo, com todos lutando na pedreira. Há uma ressalva aqui, pois, mesmo sendo bem legal, há um grave problema na edição de som, além das pancadas sem impacto, tudo é muito “massante” e plástico. A luta com os megazords também é bem empolgante. E sim, eles respeitaram um pouco da física aqui. O movimento é lento, pois são criaturas do tamanho de prédios lutando. E a explicação do porque que os Zords são dinossauros é bem legal.

A trilha sonora é evocativa mas falha nesse aspecto em alguns momentos chave, e… não tem “Go Go Power Rangers!”, não como gostaríamos, pelo menos. Há um fan service bem maravilhoso no fim da luta, todos irão ficar emocionados. E fiquem para a cena pós crédito.

Power Rangers é uma dose boa de saudosismo, respeita sua obra original e abre a cabeça para novas regras e novas dimensões. QUE VENHA O SEGUNDO: IT’S MORPHIN TIME!