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Mogli: Entre Dois Mundos | Crítica

Estamos no final de 2018 e mais um Mogli está disponível para o consumo do público. Alguma estranheza foi causada anteriormente, quando, além de uma versão realista produzida pela Disney que chegaria aos cinemas, anunciou-se outra com a mesma proposta pela Warner. O fato é que os direitos do personagem não pertencem exclusivamente a ninguém, então qualquer um pode tentar a sorte adaptando O Livro da Selva.

Mas o público não gosta de repetições óbvias, então pareceu um movimento bastante coerente levar Mogli: Entre Dois Mundos direto para o streaming. E a Netflix é a única com poder financeiro não só para essa aquisição, mas também para distribuir de modo que o mundo todo assista ao filme.

protagonista em disputa

O grande destaque, no entanto, é a direção de Andy Serkis. Além de emprestar suas habilidades para Balu, ele consegue por em prática todo seu conhecimento na área de captura de movimentos, entregando boas cenas nesse sentido, que vão desde a ação até interações cotidianas no meio da selva. A história não consegue oferecer algo que vá muito além do que já foi abordado, mas isso não significa que o filme seja algo enfadonho de acompanhar. Não chega a extremos, mas essa é uma versão mais dark, apostando menos no humor e esteriótipos. Isso pode aproximar mais o espectador adulto, que acaba conferindo uma versão mais sintetizada da obra original na tela.

O elenco que dá voz aos personagens é bem diverso e interessante, sendo que alguns se assemelham fisicamente aos seus respectivos atores, como é o caso do próprio Serkis com Balu e Peter Mullan com Akela. Indo além da estética, Christian Bale está muito bem como a pantera Bagheera e Benedict Cumberbatch rouba a cena ao dar voz ao tigre Shere Khan. Cate Blanchett dá seu carisma como a serpente Kaa, mas sem apresentar grande diferencial.

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Uma conversa inevitável, para quem se propuser a assistir ao “Mogli da Netflix”, vai ser a comparação com a recente versão de Jon Favreau para a Disney em 2016. Porém, é seguro dizer que, apesar das semelhanças óbvias por adaptar a obra de 1894 (The Jungle Book, de Rudyard Kipling), cada Mogli proporciona experiências bastante distintas. O da Disney está fechado numa estrutura confortável, com cenas mais divertidas e batalhas marcantes, bem conduzidas por Favreau (que se gabaritou para adaptar O Rei Leão em live-action/CGI). O da Netflix tem uma pegada mais cruel e violenta, onde o subtítulo Entre Dois Mundos, apesar de clichê, encaixa perfeitamente com a proposta de Andy Serkis para esse universo.