A Era do Gelo: O Big Bang | Crítica

Quando surgiu lá em 2002, A Era do Gelo tornou-se um sucesso imediato. Tanto pela trama quanto por seus personagens cativantes. Com o passar dos anos acabamos criando um laço com Manny, Sid e Diego, algo como fazer parte de uma grande família. E esse conceito de família foi explorado ao longa das sequências, sempre misturado com humor e elementos históricos (na medida do possível). Então, 14 anos após o lançamento do primeiro filme, eis que estamos diante de mais um capítulo de uma das maiores franquias de animação do cinema. Mas não espere ver uma grande mudança na história, o foco é tocar seu saudosismo.

O grande acerto do longa é justamente resgatar os pontos de sucesso de seus antecessores, evitando assim tentar recriar a roda. Claro, o plot é o mesmo dos outros quatro filmes. Os três amigos – agora cercados de uma grande família – vivem dias de paz, quando uma grande ameaça surge e eles precisam salvar o mundo novamente. Assim, pessoas que cresceram com a franquia e até mesmo os novos fãs não irão mergulhar em um terreno completamente estranho. O resultado é um filme leve, que arranca risadas dos mais novos e diverte os mais crescidos. Mérito para os diretores Mike Thurmeier e Galen T. Chu, que trabalham bem o humor afiado do longa.

Existem os momentos mais “Trapalhões”, em grande parte protagonizados por Scrat e sua jornada atrás da famigerada noz. O esquilo esteve sempre ligado de alguma forma aos acontecimentos catastróficos dos longas anteriores, mas em A Era do Gelo: O Big Bang sua participação é ainda mais crucial. Com muito mais tempo em tela, ainda continua sendo divertido vê-lo passar por todas aqueles provações. Como garoto propaganda da franquia, ele atrai os olhares das crianças. Também vale destacar a doninha Buck, ainda mais insano e hilário do que vimos em A Era do Gelo 3. Sid fica um pouco de lado aqui, mas ainda possui seu brilho. Principalmente ao lado de sua avó. Ah, Eddie e Crash seguem hilários.

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Também existe espaço para o humor voltado para os mais crescidos, com algumas sacadas de cultura pop. Ver Neil DeGrasse Tyson como uma doninha é um dos pontos altos do filme. É preciso também parabenizar a dublagem do longa, que manteve a qualidade já conhecida e abriu espaço para alguns elementos mais atuais. Expressões que ganharam fama recentemente nas redes sociais ajudam na construção do humor.

Os mais ligados em Youtubers vão reconhecer a voz de Whindersson Nunes, que vive o passarossauro Roger. Assim ele segue o mesmo caminho de alguns companheiros como Kéfera (Operação Big Hero) e os irmãos Piologo (Angry Birds). No quesito visual, A Era do Gelo: O Big Bang impressiona. É incrível acompanhar o bem que a evolução tecnológica fez para a franquia. Aqui temos cenários ainda mais coloridos e detalhados, que acabam por fazer valer o uso do 3D (e o valor mais caro do ingresso).

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Longe de ter o mesmo peso das lições presentes nas animações da Pixar, A Era do Gelo: O Big Bang também carrega seus ensinamentos. Aqui vemos Manny aprendendo que amar não é apenas proteger, mas dar um voto de confiança quando necessário. O mamute é sem dúvida aquele que mais sofre, mas também que mais aprende ao longo do caminho. O filme não soa apenas como uma provável despedida da franquia, mas também como um adeus dessa família. Ainda bem que tivemos a sorte de aprender tanto com eles durante esses anos.

A Era do Gelo: O Big Bang talvez nem seja a grande animação do ano, mas isso não importa. Estamos no mês das férias, um período que merece ser brindado com diversão. Então desligue um pouco sua mente da correria do mundo, junte a família e vá curtir alguns momentos de leveza. Chegou a hora de colocar em prática o que aprendemos com Manny, Sid e Diego.