Situação calamitosa na Síria é motivação para surgimento d’ Os Capacetes Brancos
Seja do governo, dos rebeldes, das potências internacionais e até mesmo de grupos terroristas como o auto intitulado Estado Islâmico, o povo sírio tem passado por maus bocados. A prosperidade e tranquilidade deu lugar às bombas nos últimos anos na Síria, e a situação não é nem um pouco fácil de ser resolvida (até mesmo entendida). Os Capacetes Brancos, documentário da Netflix, também não tenta resolver essa questão.
Gravado em Aleppo na Síria e na Turquia no início de 2016, Os Capacetes Brancos mostra o trabalho da equipe homônima de resgate voluntário que se colocam na linha para salvar civis afetados pela guerra.
Parece demandar um nível elevado de altruísmo para se enfiar em edificações destruídas, colocando em risco sua própria existência para talvez salvar uma pessoa desconhecida. Mas o pensamento do grupo não é esse: qualquer um poderia estar passando por aquele apuro, até mesmo um amigo ou familiar. E a forma como o curto documentário (cerca de 40 min) da Netflix demonstra isso é retratando o drama de três equipes, onde além do trabalho humanitário também acompanhamos a preocupação de cada um com seus entes queridos.
Mas como se prepara na prática para uma situação dessas? Com cerca de 2.900 voluntários, o mais próximo de uma experiência real é oferecido na Turquia, onde se dá o treinamento d’ os Capacetes Brancos. No geral é isso, drama individual frente a situação devastadora do país, aliviando bastante em potenciais cenas chocantes e abordando muito pouco a conjuntura do que levou a Síria àquela situação. Pode ser muito pouco para quem precisa consumir conteúdo que proponha uma solução para o conflito, mas serve para enaltecer o nobre trabalho realizado.
Com o modesto lema de “ao salvar uma vida, salvamos todas”, Os Capacetes Brancos já conseguiram um feito além de qualquer elogio ou recompensa barata: já salvaram cerca de 58.000 pessoas, enquanto 130 voluntários perderam a vida. Não existem super-heróis na vida real.