Filme que redefiniu o cinema de ação há uma década, Operação Invasão (The Raid, 2011) não perde tempo para dizer a que veio, colocando seus personagens em rota de colisão com os adversários, sem explicar muito a operação, levando o espectador em uma correnteza – a princípio – repleta de suspense, para depois assumir o melhor do tiroteio e das artes marciais.
Na história, temos o chefe da máfia mais perigosa de toda a Indonésia e seu grupo de assassinos, que se escondem em um edifício. Vinte policiais treinados entram no prédio para capturá-los e eliminar tudo e todos que cruzem seu caminho.
Gareth Evans oferece uma produção apaixonada dentro do gênero, usando sua câmera nervosa nos lugares certos, muitas vezes perturbadoramente trêmula, em outras, acompanhando a entrada de um machado dentro das vísceras de um pobre coitado. O diretor foi o responsável pela arte marcial indonésia de pencak silat ser reconhecida no cinema mundial, principalmente por revelar a impressionante figura de Iko Uwais (no primeiro filme de ambos, Merantau), que não deixa a energia cair com sua dinâmica coreografia – muito superior aos astros Jet Lee e Jackie Chan, mesmo quando estes eram mais jovens -, mas Yayan Ruhian, Donny Alamsyah e Joe Taslim também não deixam a desejar, entregando algumas das mais espetaculares sequências de luta da história do cinema.
O roteiro jamais subestima seu espectador, pincelando muito sutilmente pequenos detalhes sobre um ou outro personagem, e a respeito do plano maior da narrativa, que fica subentendida conforme a trama avança. Enquanto isso, o público é presenteado com um filme porradeiro que marcou uma geração.