Documentário curta-metragem da Netflix mostra um pouco do dilema familiar na morte
Há decisões que a vida nos obriga a tomar, e mesmo escolher não tomá-las não deixa de ser uma dessas opções. O curtíssimo documentário Extremis, do catálogo original Netflix, tenta passar de forma direta um pouco da rotina de pessoas envolvidas num dilema recorrente nas UTI’s: prolongar uma vida que só se mantém com a ajuda de aparelhos, ou desligar a máquina e permitir que esse paciente tenha um final natural e digno?
Resumidamente, Extremis fala da luta entre ortotanásia e distanásia. A primeira trata da “boa morte”, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Já a distanásia prolonga artificialmente o processo de morte e consequentemente também o sofrimento do indivíduo. Em muitos casos se dá por um desejo de que o doente (naturalmente uma pessoa muito querida) melhore a qualquer custo. Nesse caso, sua dor é prolongada ao invés de ajudar ou permitir uma morte natural.
Posto isso, Extremis mostra nada além de algumas hipóteses possíveis nesse cenário. A filha que deseja lutar pela vida da mãe até o último segundo, a família que atende ao desejo de desligar os aparelhos, o morador de rua que não tem ninguém para tomar essa decisão por ele (sendo que não há a certeza de que ele possua condição psicológica para tomar essa decisão por si)… e um pouco de como alguns médicos reagem a isso.
É só isso. Para quem tem uma certa suscetibilidade para se emocionar, o documentário vai trazer à tona sentimentos e reflexão sobre o tema, pode ser uma porta de entrada para quem gostaria de conhecer mais.
Pouco mais de vinte minutos parece não ser um tempo adequado para tratar um tema tão delicado. Mas mesmo um filme com dez vezes essa metragem de Extremis não chegaria a conclusões concretas.