Dois Minutos Além do Infinito, disponível atualmente na HBO Max (assista aqui), é um longa amador filmado com smartphone por Junta Yamaguchi, que propõe uma espécie de looping temporal, diferente de tudo o que já vimos em outras produções por aí.
Kato é dono de um café, que fica embaixo de onde mora. Um dia, ao voltar ao seu apartamento e ver sua própria imagem na televisão dizendo “Eu sou o seu futuro eu. Dois minutos no futuro!”, Kato decide explorar o estranho fenômeno, desencadeando uma série de eventos, movido pela curiosidade e pelas oportunidades, principalmente quando envolve os amigos.
Com uma duração curta, Dois Minutos Além do Infinito não é uma obra que se valoriza por suas atuações (todas bem precárias, mas funcionais dentro da proposta mais cômica dessa ficção científica), e sim pelas ideia e técnica. A narrativa inteira segue um plano-sequência (mesmo que falso em algumas tomadas, são tão bem filmadas que se tornam quase imperceptíveis), o que contribui para a contação dessa história, que pede certo imediatismo aqui, certa turbulência acolá. A ideia em si, que pode dar um nó na cabeça dentre os mais inteligentes dos homens, acaba não sendo tão complexa quanto parece, pois além dos diálogos tentarem nos explicar o tempo todo o que tá ocorrendo, o próprio enredo ajuda nesse sentido.
Existem sim passagens inevitáveis de repetição, pois o público precisa conferir o resultado do “antes” ou do “depois”, mas logo que essa gramática é estabelecida. Então, o diretor avança para situações mais pontuais, trazendo conflitos (que são bobocas sim, como se tirados da programação do RáTimBum ou TV Globinho) e possibilidades de resolução – que acabei adivinhando bem antes também, mas não é que seja uma grande reviravolta. Com tantos filmes tratando sobre multiversos, loopings e viagens temporais, Dois Minutos Além do Infinito se apresenta com uma proposta de explodir mentes, ao mesmo tempo divertida e bastante criativa.
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