A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresenta a segunda edição do Território Queer, que acontece de 24 de Junho a 10 de Julho no Centro Cultural São Paulo. O festival traz 28 diferentes obras que se revezam em cartaz ao longo de três semanas e celebram o mês do orgulho LGBTQIAPN+. O projeto é uma parceria entre Spcine, Centro Cultural São Paulo, Instituto Cervantes e Festival Fire!!.
A segunda edição do Território Queer dá destaque a três épocas diferentes do cinema Queer: a primeira dedicada aos chamados Pride films, que na programação foi chamada de “Queer Love”; a segunda dedicada a um período importante do cinema Queer, os anos 80 e 90, que foi nomeada de “coisas que tirei do armário”, em referência ao termo “armário”, hoje ressignificado; e finalmente ao período pré-Stonewall, que virou “Orgulho é Revolução”.
Os curadores do Território Queer, Célio Franceschet e Carlos Pegoraro, ressaltam: “É uma mostra que elaboramos com carinho, ao lado da SPCINE, e já está na segunda edição. Este ano, a preocupação foi pensar em Pride Films de qualidade, ou seja, filmes LGBTQIAPN+ com finais felizes. E é impressionante olhar para os últimos anos e perceber que estes filmes existem e estão ficando cada vez mais numerosos. No entanto, é difícil falar do futuro sem olhar para o passado, e pensamos também em uma seleção de filmes dos anos 70, 80 e 90, mesmo que isso represente tocar em feridas e problemáticas superadas pela comunidade, mas exatamente porque a perspectiva é o crescimento, precisamos deste contraste, e dessa observação do passado, afetivo, mas superado.”
A curadoria da programação foi feita pensando na complexidade do termo queer, que carrega muitos significados e existe tanto como parte da cultura LGBTQIAPN+ quanto fora dela. O termo está associado a um uso genérico para uma espécie de desnormalização, uma fuga da heteronormatividade, mas também, queer está entre as concepções mais maleáveis que se pode aplicar à identidade e à arte, como um meio de se localizar em oposição a norma.
Os três tipos de filmes LGBTQIAPN+
Filme Screaming Queens sobre a revolta transgênero de 1966 em São Francisco (Foto/Divulgação)
Queer Love é o Queer Cinema nos anos 1980 que foi possibilitada por quatro elementos, “a chegada da AIDS, Reagan, filmadoras portáteis e aluguéis baratos” que de acordo com o crítico americano Michael Koreski, criaram uma profusão de novas imagens queer, tanto positivas quanto negativas. Mas isso não resultou na normalização de personagens marginalizados enquanto protagonistas no cinema.
Neste contexto, Pride é o termo ressignificado pela comunidade LGBTQIAPN+ para qualificar filmes com protagonismo LGBTQIAPN+ sem finais trágicos para os seus personagens, ou que acabam na impossibilidade de amor para os corpos LGBT como no caso de muitos filmes da época.
Esses anos de 80 e 90 foram especialmente importantes para a comunidade LGBTQIAPN+ com a explosão de um Novo Cinema Queer nos anos 80, mas como já mencionado, a representação tinha suas problemáticas. Dito isso, Coisas que tirei do armário é parte da mostra que seleciona filmes gays dessas décadas à procura de uma representação que permita a comunidade se identificar como protagonista.
A simples identificação não deve ser o único objetivo, talvez o que de fato seja necessário é mais evidência de homens e mulheres gays, muitas vezes escondidos nas gavetas de um armário, que de alguma forma encontram expressão nas imagens destes filmes.
A história do cinema Queer se divide, principalmente, entre os filmes produzidos antes e depois dos eventos que aconteceram no dia 28 de junho de 1969, chamado de Revolta de Stonewall. Em Orgulho é Revolução a mostra propõe um panorama de filmes produzidos antes e sobre a Revolta, e os conflitos que marcaram o mês de Junho como o mês do Orgulho LGBTQIA+.
Confira a ficha técnica das obras e mais informações no site do CCSP.
Programação
Terça-feira, 24 de Junho
15:00 – O Segredo de Brokeback Mountain (134 min)
17:40 – A Razão do Meu Afeto (111 min)
20:00 – Truques da Paquera (92 min)
Quarta-feira, 25 de Junho
15:00 – 20.000 Espécies de Abelhas (128 min)
17:30 – Screaming Queens (57 min)
19:00 – Nitrate Kisses (67 min)
Sexta-feira, 27 de Junho
15:00 – Weekend (97 min)
17:00 – Fim do Século (84 min)
19:30 – C.R.A.Z.Y. (127 min)
Sábado, 28 de Junho
15:00 – 20.000 Espécies de Abelhas (128 min)
17:30 – A Razão do Meu Afeto (111 min)
19:45 – Weekend (97 min)
Domingo, 29 de Junho
15:00 – Maré Alta (92 min)
17:15 – Três Formas de Amar (93 min)
19:30 – Baby (107 min)
Terça-feira, 1 de Julho
17:15 – O Armário de Celulóide (102 min)
19:30 -Trilogia Terence Davies (Children + Madonna and Child + Death and Transfiguration – 98 min)
Quarta-feira, 2 de Julho
15:00 – Bros (115 min)
17:15 – Sessão Curtas – Mostra Fire 1 (55 min)
19:10 – Truques da Paquera (92 min)
Quinta-feira, 3 de Julho
15:00 – O Segredo de Brokeback Mountain (134 min)
17:40 – Screaming Queens (57 min)
19:20 – Nitrate Kisses (67 min)
Sexta-feira, 4 de Julho
15:00 – As Filhas do Fogo (120 min)
17:30 – Caiam as Rosas Brancas (123 min)
20:00 – Eu Não Sou Tudo o Que Quero Ser (91 min)
Sábado, 5 de Julho
15:00 – C.R.A.Z.Y. (127 min)
17:30 – Fim do Século (84 min)
19:30 – Sessão Curtas – Mostra Fire 2 (51 min)
Domingo, 6 de Julho
17:00 – Trilogia Terence Davies (98 min)
20:00 – Eu Não Sou Tudo o Que Quero Ser (91 min)
Terça-feira, 8 de Julho
17:30 – As Filhas do Fogo (120 min)
20:00 – Baby (107 min)
Quarta-feira, 9 de Julho
16:30 – O Armário de Celulóide (102 min)
19:10 – Caiam as Rosas Brancas (123 min)
Quinta-feira, 10 de Julho
15:00 – Bros (115 min)
17:20 – Maré Alta (92 min)
Serviço – Atração: Território Queer
Data: 24 de Junho a 10 de Julho
Local: Sala Circuito Spcine – Lima Barreto no Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade
Ingresso: Grátis – Retirada de ingressos na bilheteria física do CCSP, 1h antes da sessão
Classificação: 18 anos