Filme Netflix tenta se sustentar no carisma de Paul Rudd, mas…
No catálogo Netflix consta o nome original de Amizades Improváveis (The Fundamentals of Caring), filme estrelado por Paul Rudd (Homem-Formiga) lançado em junho como mais um filme original da rede de streaming mais famosa do mundo. Difícil de traduzir, o título em português se faz muito mais apropriado, uma vez que o nome gringo sugere um teor mais documental a respeito de pessoas que demandam cuidados específicos.
Após sofrer com uma tragédia, Ben (Rudd) se torna um cuidador para conseguir dinheiro. Seu primeiro cliente, Trevor (Craig Roberts), é um divertido jovem de 18 anos com distrofia muscular. Um paralisado emocionalmente, outro paralisado fisicamente, Ben e Trevor saem pela estrada para encontrar esperança, amizades, e Dot (Selena Gomez) neste engraçado e emocionante conto.
A história é a mais manjada possível e isso não é necessariamente algo ruim. O problema mesmo é a pouca profundidade dos personagens em contraponto ao “buraco mais profundo do mundo”, destino principal quando Amizades Improváveis se torna um filme estradeiro. É difícil emocionar quando não há emoção, e o viés da acessibilidade é desperdiçado totalmente, onde o tema poderia ser explorado de forma verdadeiramente transgressora ao invés de se limitar a uma mijada num local indevido.
Algumas piadas, especialidade de Paul Rudd, até funcionam, mas a redenção de Ben para seu drama pessoal é literal demais. Craig é um bom ator e retrata sem problemas o cadeirante boca suja que esconde seus medos em pornografia e televisão. E é com a nova geração adolescente que Amizades Improváveis quer conversar, vide a adição de Selena Gomez ao elenco. A atriz (também cantora, compositora dubladora filantropa, estilista) faz uma personagem pseudo-rebelde, com aquela certeza adolescente capaz de irritar qualquer adulto. Mal escrita e vivida, só resta à Dot a beleza estética dela. Parece crítica de um velho, não? Mas é mesmo.
Amizades Improváveis está disponível para os assinantes Netflix.