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Transformers: O Último Cavaleiro | CRÍTICA

Por Lucas Muniz – Dirigido por Michael Bay, “Transformers: O Último Cavaleiro” trás mais uma vez os Autobots lutando contra os Decepticons e eles lutando contra os humanos e contra uma deusa em Cybertron e contra os Saxões e contra os nazistas. Roteirizado por Ken NolanArthur Marcum e Matthew Hollaway, temos o nosso quinto filme da franquia mais explosiva do cinema.

TRANSFORMERS: THE LAST KNIGHT, Paramount Pictures.

O começo do primeiro ato do longa, pode-se dizer que é interessante. É introduzido um McGuffin no início da trama e somos levados para a época da lenda de Rei Arthur. Um Cajado vindo de Cybertron que pode mudar o rumo da guerra que estava acontecendo contra a Inglaterra. E essa empreitada fica a cargo de Merlin, um mago bêbado que faz piadas de stand up em plena era medieval. Por mais “peculiar” que isso pareça, essa introdução é realmente boa, porém, o resto do filme não fez questão de manter a qualidade.

“Qualidade”

Mark Wahlberg reprisa seu papel como Cade Yeager, o inventor. Nada mais é desenvolvido do personagem, a não ser o fato de uma grande reviravolta e ele se descobrindo ser algo que ele nunca imaginou ser. Vivian Wembley (Laura Haddock) é uma Dra em Letras, filosofia, trabalha em um museu, etc e cumpre o template de todos os filmes anteriores da franquia, no que diz respeito as personagens femininas. Porém, aqui ela é menos sexualizada do que Megan Fox, mas as piadas machistas sem propósito e deveras estereotipadas permanecem. O roteiro atribui a personagem de Haddock uma função importante, mas que pelo desenrolar dos eventos, não tem peso algum, na realidade, nada no novo episódio tem peso significativo.

Sir Edmund Burton (Anthony Hopkins), se formos levar em consideração a “Jornada do Herói“, ele entra no papel de guia do que vem a acontecer, e voz da sabedoria. Um papel que só é interessante de vê porque enfim, é o Anthony Hopkins, fora isso, nada mais do que uma construção unidimensional, má escrita, má dirigida e má aproveitamento de um ator que poderia ter agregado algo mais importante para o longa.

Tudo é desinteressante nesse novo episódio da saga, desde a história que parecia levar para algo pelo menos recompensador, mas nada. Até o visual, que é algo que Michael Bay sabe ou sabia construir bem, não traz nada de novo, apenas repetições das repetições. Desde os por dos sóis com silhuetas em planos abertos, como planos fechados de baixo para cima e o milhões de helicópteros, se há algo que tem nessas três longas horas, são militares e helicópteros.

TRANSFORMERS: THE LAST KNIGHT, Paramount Pictures.

A ação é mais desenfreada do que nos seus antecessores, tudo já começa a explodir e pegar fogo antes mesmo da logo da Paramount entrar em fade out. Não há ritmo, o telespectador não respira, é tudo muito frenético e com um senso de urgência extremamente ineficiente para o que está acontecendo, tudo isso somado a uma edição pavorosa, nenhum plano passa mais do que trinta segundos e como se não bastasse, nesse meio sinestésico e nessa amálgama de desastres, há, de novo, a famosa câmera tremida que tanto Bay adora. E sim, elevada a enésima potência. Não há estática alguma, é muito desconexo, maçante e cansativo. Para quem for vê em 3D, boa sorte.

Mais um exemplo de quão desconexo é a edição dessa obra, há um corte para a Alemanha Nazista, mostrando Bumblebee dando uns tiros e corta depois para os dias atuais onde o longa se passa. Totalmente de graça, não acrescenta e só gera mais confusão.

Os robôs gigantes continuam com um design atrativo e principalmente para vender brinquedos. Vender MUITOS brinquedos. Temos quase o dobro de Cybertronianos e são tão descartáveis, que a maioria você nem vai se lembrar do nome. Destaque para o Dragão robô de três cabeças que cospe fogo, sim, é bem legal. E se há algo para destacar de bom aqui, é como eles fizeram esse Dragão, os doze guardiões de cybertron (doze guardiões, doze Cavaleiros da Távola Redonda, caramba, Michael Bay, GÊNIO!) viram o dragão gigante. Sim, ponto positivo.

TRANSFORMERS: THE LAST KNIGHT, Paramount Pictures.

Como já dito, não há peso algum aqui, aliás, só há pelo que foi construído nos filmes passados. Nada mais. Quem está assistindo, realmente, não se importa com ninguém. E há momentos que quase que somos forçados a ter algum tipo de relação afetiva com os personagens. E aquela grande revelação que vimos ao longo dos trailers que saíram, Optimus X Bumblebee, totalmente esquecível. Mais uma vez, sem peso e não leva a lugar algum, uma redenção insípida, assim como o resto.

O Cajado, objeto buscado por todos na história, tem a função de trazer Cybertron de volta e reviver o antigo planeta dos robôs. O que basicamente, é o argumento de todos os filmes anteriores. Mas espera aí, Cybertron já não estava destruída? Não é isso que Optimus fala no começo do primeiro “Transformers“, lá em 2007? E por qual razão ele fica bravo e louco quando vê Cybertron destruída? Então, Michael Bay chutou o pau da barraca mesmo e ligou o “não tô nem aí” para o que já havia estabelecido antes.

O CGI do longa não decepciona, mantém a qualidade da franquia, mas a esta altura do campeonato, isso não é mais mérito algum.

Transformers: O Último Cavaleiro” é cansativo, repetitivo, pavoroso, e mesmo nos seus acertos, os erros o cobrem de explosões e confusões, uma verdadeira ode ao desastre.

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