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Rogue One: Uma História Star Wars | Review

Star Wars possui, literalmente, um universo de personagens, histórias e acontecimentos mas, infelizmente, só vemos a saga da família Skywalker nos filmes. Não que isso seja ruim, mas sempre ficou aquele gostinho de quero mais que acabaram acontecendo com os vários conteúdos em jogos, livros, quadrinhos e fanfics. E é isso que Rogue One parece, uma ótima obra feita para o universo expandido de Star Wars, uma fanfic que deu certo.

Rogue One se passa exatamente antes do episódio 4 (Uma Nova Esperança ) e conta a história de como os planos para a Estrela da Morte foram roubados, nos dando mais informações sobre a construção da mesma. Acompanhamos a história de Jyn Erso, filha de um dos principais engenheiros da arma. Jyn vive uma vida de crimes e acaba sendo convocada pela Rebelião para descobrir sobre essa nova arma do Império e destruí-la. No caminho ela acaba se juntando com outros personagens underdogs que vão segui-la nessa missão.

A grande parada desse filme é que ele foge da mítica geralmente criada nos filmes de Star Wars e nos traz uma história mais realista de guerra e infiltração, lembrando algumas vezes filmes de assalto. Aqui não tem Jedis, apesar de ter momentos em que A Força é mencionada e usada, mas tudo muito sutil. Em diversos momentos temos referências diretas a filmes de Segunda Guerra Mundial ou do Vietnam, até o capacete dos rebeldes em certos momentos foi mudado para parecer mais capacetes usados por marines americanos e temos cenas de combate em praias e florestas tropicais para emular essas guerras reais, o clima é de tensão e em todos os momentos temos o sentimento que nossos heróis estão caminhando para uma missão suicida.

Um dos pontos fortes do longa são os personagens, apesar de achar que os protagonistas foram um pouco vagos e lhes faltou desenvolvimento. A equipe de Jyn possui coadjuvantes bastante carismáticos que você aprende a gostar em menos de 2 minutos. Seja o com o sincero androide  K-2SO, o misterioso lutador Chirrut ou o tanker Baze. O design de personagem também é algo que diferencia dos outros filmes, com personagens usando armaduras mais diferenciadas, lembrando uma estética bem de video-game.

X-Wing atirando em At Ats na praia

Algo que aconteceu em O Despertar da Força e acontece de novo aqui é a magnitude das batalhas com naves. Esse negócio foi feito para ser assistido em IMAX e realmente impressiona. Tudo isso orquestrado com uma épica trilha de Michael Giachinno tentando emular John Williams. A cena final de batalha tanto terrestre como aérea é de tirar o fôlego. A direção e fotografia nas cenas de ação são impecáveis, nos mostrando lindas cenas de batalha nada confusas, onde entendemos exatamente o que está acontecendo na tela.

Além de possuir um mal desenvolvimento de alguns personagens, principalmente do vilão fraco. Outro problema do longa é o ritmo estranho e história meio desinteressante até o final. O filme demora demais construindo a tensão que ficamos esperando algo acontecer, esse algo só acontece realmente na cena final de clímax, onde a história abraça essa temática de guerra e o filme engata. Infelizmente temos que esperar muito tempo até que isso aconteça. Outro ponto que me tirava da imersão foi a inserção de um personagem presente na trilogia antiga que foi colocado digitalmente, a tecnologia já evoluiu a ponto de fazer esse tipo de coisa mas ainda fica fácil perceber que aquilo é um boneco digital.

Andor e K2SO

Rogue One é um ótimo filme de spin off que traz a realidade suja da guerra para a franquia de Star Wars e foge um pouco da magia geralmente presente nos longas. O filme é cheio de easter eggs e referências à trilogia original e possui um delicioso fan service no final fazendo um link com os filmes antigos, é algo que não acrescenta muito na narrativa e até foge da trama dos personagens principais, mas que funciona muito bem e diverte bastante. Espero que no futuro existam mais Histórias de Star Wars como essa e fica a dica: veja em IMAX se puder!