ARQ | Review

Filme Netflix traz ideias conhecidas num orçamento baixo

arq-poster-600x889Cenário único, elenco reduzido, poucos e pontuais efeitos gráficos. Esses são apenas algumas das consequências de um filme de baixo orçamento. Por outro lado, é bom sabermos disso antes para dar aquela abaixada nas expectativas. Nesse cenário, o que vier de bom é lucro. ARQ, novo filme original Netflix, precisa lidar com essas vantagens e desvantagens para entreter os assinantes da rede de streaming mais famosa do mundo

A trama é situada em um futuro distópico, onde corporações lutam com as nações mais poderosas em busca das últimas fontes de energia da Terra. Nesse cenário, Renton (Robbie Amell) e Hannah (Rachael Taylor) tentam salvar uma tecnologia experimental, que pode acabar com as guerras. O problema é que a tal tecnologia criou um loop temporal, que deixa ambos revivendo a invasão de sua casa todos os dias.

O conceito utilizado do loop temporal não está exatamente batido. Citar projetos como No Limite do Amanhã (como tem se falado) é um tanto injusto se levarmos em conta o orçamento de qualquer coisa que Tom Cruise faça parte, além de tantos outros filmes que usaram e continuarão usando essa artimanha tão amada na ficção científica. O grande problema de ARQ é não entregar nada tão diferente do que já temos visto.

arq-film-netflixA dupla protagonista é um reflexo disso. Taylor e Amell são atores em ascensão mas nada sensacionais (destacados pelas séries). Suas atuações competentes sofrem com o pouco diferencial do roteiro. A parte legal fica por conta do gradativo conhecimento de cada um a respeito do que está rolando na casa, incluindo os invasores da casa. Infelizmente o ar de novidade no filme escrito e dirigido por Tony Elliott (um dos roteiristas de Orphan Black) para por aí, lembrando que um filme “sem final” raramente vai agradar as pessoas e ARQ é isso no final das contas: um projeto que, assim como a história do filme, está preso num círculo, na sua caixa. E sem identidade própria.

Com declarada intenção em aumentar seu catálogo original cada vez mais até atingir cerca de 50% do seu conteúdo, a tendência é vermos mais e mais projetos do tipo. A respeito das séries estamos bem servidos, com House of Cards, Strangers Things e as séries Marvel, por exemplo. Mas a Netflix precisa caprichar um pouco mais em seus filmes, e talvez tenha chegado o momento de colocar a mão na parte um tanto mais funda do bolso.