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Vingadores – Era de Ultron | Crítica

Não é mais novidade nenhuma que o universo cinematográfico da Marvel é uma mina de dinheiro. Pertencente à Disney, a Marvel Studios é uma das divisões mais lucrativas da casa do Mickey Mouse, e a tendência é que sua supremacia no ramo dos filmes de super-heróis dure mais alguns anos. Vingadores – Era de Ultron (2015) possui a não tão desafiadora missão de superar o roteiro funcional de Os Vingadores (2012), ao mesmo tempo que mantém a metodologia Marvel de fazer cinema, com muito humor, ação, cores, e trailers que entregam algo que o filme não é de fato.

Na trama, quando Tony Stark (Robert Downey Jr) tenta alavancar um programa de paz virtual, as coisas dão errado e os maiores heróis da Terra, incluindo: Homem de Ferro, Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), o Incrível Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), enfrentam um teste derradeiro enquanto o destino do planeta está em jogo. A equipe deve voltar a reunir-se para derrotar Ultron (James Spader), um vilão tecnológico disposto a provocar a extinção humana. Pelo caminho, enfrentarão dois poderosos seres, a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e conhecerão um velho amigo numa nova forma quando J.A.R.V.I.S se tornar o Visão (Paul Bettany).

O relacionamento entre os membros da equipe são novamente abordados em Era de Ultron. Joss Whedon sabe trabalhar bem quando se trata de conflito interno, e dessa vez vemos algumas vertentes na “DR Vingadora” como a panelinha científica, a diferença ideológica entre Tony e Steve, a afetividade entre Banner e Natasha, e o Vingador Clint Barton. Jeremy Renner ganhou um destaque especial no roteiro, é através do seu núcleo que acontece a proximidade entre público e Os Maiores Heróis da Terra, pois trata-se apenas de “um cara com um arco e flecha” enfrentando seja lá qual for o absurdo que vier, ao mesmo tempo em que precisa injetar uma dose de motivação nos recém chegados companheiros.

Se em 2012 os acontecimentos se restringiram basicamente a Nova York, dessa vez a linha do tempo passa por diversos lugares no globo, como Coreia do Sul e os fictícios Sokovia e Wakanda (leste europeu e África). A expansão/evolução foi levada a sério e isso é notável nas cenas de ação, um verdadeiro deleite nerd com direito a Hulk vs Hulkbuster, Ultron vs todo mundo… há pelo menos  meia dúzia de grandes momentos nesse sentido. A batalha final é de encher os olhos e é preciso assistir à mesma cena algumas vezes para acompanhar a perspectiva de cada um dos heróis na tela, e assim se divertir com o filme plenamente.

Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnson estão convincentes como os irmãos Maximoff. Visualmente o Mercúrio da Marvel Studios não possui destaque numa única cena como na versão de X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido (ponto pra Fox), mas aqui ele tem mais tempo e profundidade na história (ponto pra Marvel). Já a Feiticeira Escarlate tem suas habilidades bem apresentadas, de uma forma que possamos entender que ela não têm o pleno domínio sobre eles, mas pode causar um tremendo estrago, sem contar no visual descolado (Marvel 2 x 1 Fox).

Ultron teve sua origem alterada em relação às HQs, onde vinha ao mundo graças a Hank Pym (que aparecerá em Homem-Formiga). Tony Stark é quem conduz seu nascimento com a ajuda de Bruce Banner, não sem criar mais algumas desavenças entre seus companheiros. A busca pela paz mundial pode se tornar algo perigoso, e James Spader dubla isso de forma singular, mostrando uma faceta um tanto inesperada do vilão, que tem sua personalidade muito parecida com a de seu pai Stark. Ultron é sinistro. Uma das coisas mais esperadas, no entanto, era o Visão. Paul Bettany sofreu bastante para ser retratado como o herói, desde as muitas horas de maquiagem até a necessidade de ficar em silêncio para não revelar muitas informações à imprensa. Mas o resultado é satisfatório e no fim tanto o surgimento de Ultron quanto do Visão estão devidamente encaixados no roteiro.

Vingadores – Era de Ultron não é um filme perfeito, longe disso. A boa notícia é que o super-grupo foi estabelecido como uma franquia, mas o longa sofre com algumas necessidades como a de se manter alinhado com o MCU, o que pode gerar empolgação em alguns mas também frustração em outros. Um exemplo disso é a tão especulada deixa para Planeta Hulk.  Já Capitão América – Guerra Civil está naturalmente ligado a essa trama, com a tensão entre Rogers e Stark cada vez mais evidentes e provavelmente ligada ao controle de seres com habilidades “especiais” (Inumanos?). Referências ao universo Marvel não faltarão, como a já citada Wakanda (atrelado à trama do Pantera Negra), fique tranquilo em relação a isso. Joss Whedon conseguiu repetir a fórmula aplicando-a de forma diferente, e obteve êxito novamente com isso criando uma Era de Ultron que merece ser vista e revista pelos fãs da Marvel. Agora é descansar e passar o bastão para os irmãos Russo.

Vingadores – Era de Ultron estreia hoje nos cinemas.