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Zom 100: ninguém merece morrer de trabalhar

Enquanto coaches da internet defendem que o segredo para ganhar dinheiro é simplesmente trabalhar mais, a classe trabalhadora sabe que a história é completamente diferente. Burnout, ansiedade, depressão são apenas alguns dos problemas que uma carga horária excessiva de trabalho pode causar. Mas e se um apocalipse zumbi repentinamente mudasse sua realidade e o emprego deixasse de ser uma prioridade? Bom, essa é a premissa do recém-lançado “Zom 100: Coisas Para Fazer Antes de Virar Zumbi”.

A trama acompanha o jovem Akira Tendo no momento em que ele ingressa no mercado de trabalho japonês. Empolgado com a oportunidade, ele tem metas e sonhos para o futuro. Porém, não custa até que a realidade surge e o protagonista se vê preso em um ambiente extremamente tóxico e abusivo. Acumulando carga horária e problemas, Akira perde completamente a noção da realidade. Até que num dia aparentemente comum, um inesperado apocalipse zumbi transforma a sociedade num caos e nosso herói enxerga a oportunidade de finalmente curtir a vida. Por mais estranho que isso pareça.

Nesse momento você pode pensar que está diante de mais um anime com um tema batido. E não tenho como discordar. Mas o que torna Zom 100 atrativo é a mistura de elementos do enredo. Caso não esteja familiarizado, antes de servirem de inspiração para jogos e séries, os zumbis passaram por algumas transformações. Foi o mestre George A. Romero com o seminal “A Noite dos Mortos Vivos” (1968) que deu o tom de crítica social que conhecemos hoje. Por outro lado, não é de agora que as condições de trabalho no Japão são debatidas. Principalmente nos estúdios de animação, com profissionais relatando condições críticas de trabalho.

O estúdio BUG FILMS, que trabalhou em “Summer Time Rendering”, faz um ótimo trabalho no primeiro episódio. Tem um tom lúdico que vai sendo explorado até o fim do capítulo. A vida de Akira é colorida e cheia de luz no início, tornando-se cinza e sem brilho a partir do momento em que ele começa a trabalhar de fato. Então, quando a infestação começa, as cores voltam a surgir aos poucos. Principalmente o sangue, que ganha vários tons distintos. Os traços dos personagens e o estilo da animação tornam a experiência mais prazerosa de acompanhar.

Não faço ideia dos rumos da história, especialmente porque o mangá criado por Haro Aso e Kotaro Takata ainda está sendo publicado na revista Sunday GX Comics. Mas numa temporada de verão com poucos animes interessantes, Zom 100 merece sua atenção. Os episódios serão lançados aos domingos tanto na Netflix quanto no Crunchyroll. E caso você não queira ver a animação, um filme live-action está chegando em breve.