Sense8 Episódio 5: “Arte é Como Religião” | Análise – CosmoNerd

Os dois lados das conexões de Sense8

“A arte é como a religião. Para os crentes, é tudo. Para todos os outros, é um monte de besteira”.

poster de sense8O conceito apresentado no episódio 2 de que as conexões funcionam para ambos os lados é mais explorado em “Arte é como religião”. Ao mesmo tempo que um sensate aparece para interagir comigo no ambiente onde estou, eu também (na condição de sensate) interajo com essa mesma pessoa no lugar onde ela se encontra. Não estou no elenco de Sense8 mas vamos tentar entender melhor isso.

No último episódio de Sense8, intitulado “O que está acontecendo?”, tivemos Sun (Bae Doona) se deparando com uma difícil escolha (que será tomada aqui) enquanto finalmente a transgênero Nomi (Jamie Clayton) consegue um desfecho para sua situação de clausura hospitalar. Em “Arte é como religião”, os sensate lutam para controlar a intensidade das visões telepáticas, trazendo um dia incomum para Lito Rodriguez (Miguel Ángel Silvestre) no set de gravação e uma surpresa para o casamento de Kala (Tina Desae)

Fica a pergunta: como você reagiria caso ocorresse uma manifestação antropomórfica diante da sua presença, te levando também para conhecer o ‘lado’ dela? Alguns correriam de medo, outros gritariam. Acontece que os sensate reagem de forma totalmente apática. Isso pode ser justificado no decorrer da primeira temporada de Sense8, possivelmente com a justificativa de que trata-se de indivíduos preparados de algum modo para essa situação. O casamento de Kala, por exemplo, só expõe alguma reação por parte da noiva quando Wolfgang toca em um “assunto” que mexe com seus sentimentos pessoais, já o fato de um alemão aparecer do nada em meio a um casamento na Índia não causa espanto.

Lito rodriguez possui trama mais arrastada da série, seu drama pessoal não é explorado muito bem e nesse episódio o personagem foi usado como mero fantoche estético para cena de ação. Dessa forma eles (os Wachowski) maculam até seu trabalho mais respeitado que é Matrix: parece que querem mandar um recado aos críticos que sentem falta do filme de 1999, transformando em galhofa uma cena de ação digna da protagonizada por Neo e Trinity para resgatar Morpheus.

Antes de começar a assistir ao episódio 5, é natural imaginar que o título “Arte é como religião” seja alguma mensagem colocada de forma inteligente ou ao menos uma citação relevante, mas não. Aqui é apenas uma frase vomitada por um vilão de quinta categoria de um filme de ação mexicano que nunca irá existir. Sense8 parece querer trilhar por um caminho muito nebuloso.