Os Defensores – s01e04 – Dragão Real | CRÍTICA

No todo, “Dragão Real” foi um capítulo dedicado a interação dos protagonista da série Os Defensores

Por Luke Muniz

Após escaparem de sua primeira batalha juntos, Os Defensores se dirigiram para um restaurante, que leva o nome do capítulo, “Dragão Real“. E praticamente todo episódio se passa nesse cenário. O fato disso acontecer, leva os roteiristas a se atentarem mais nos diálogos e na dinâmica entre eles. Por um momento, foi feito o uso de uma câmera meio tremida, para dar mais naturalidade à cena, e isso foi usado moderadamente e sabendo quando parar, do contrário, poderia ser um grande tiro no pé.

Aqui, tudo foi dedicado a explicar a trama e estabelecer e firmar o conceito da equipe Os Defensores na Netflix, com cada um interagindo e sabendo das motivações e dos casos que os levaram a convergir naquele momento. No que diz respeito ao primeiro aspecto citado, não é ruim quando um filme ou episódio de seriado para um pouco e explica o que está havendo até ali, mas quando se trata de usar esse artifício, tem que haver um domínio muito bom do que se está fazendo para que tudo não perca ritmo. No caso de Defensores, acontece um pouco do lado negativo, parte do capítulo se torna massivo e o espectador sente o tempo passar. Por outro lado, no desenrolar de interações interpessoais dos protagonistas, compensa no lado positivo.

Fica mais evidente, na série Os Defensores, a relação de uma amizade forte e futura entre Danny e Luke, quando os dois estão em cena, funcionam muito bem. Diga-se de passagem, Rand funciona melhor quando não está sozinho e em especial, com Cage. Há futuro para os personagens juntos na Netflix.

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Algumas ressalvas para com o Danny Rand nesse episódio. É quase metalinguístico algumas falas e inclusive as dele, quando se trata de alguma piada relacionada a ele e a posição que ele ocupa como sendo o Punho de Ferro Imortal. A série parece ter auto consciência da baixa e infeliz qualidade de “Punho de Ferro” e está usando isso ao seu favor. Embora, algumas coisas sejam bem difíceis de aturar, mesmo quando o material toma auto consciência de suas falhas. Como por exemplo: Rand treinou anos com monges e age como um moleque adolescente do tipo que retruca xingamentos. Poucos são os momentos de sensatez e sabedoria. E pelo que dar a entender, ele é uma das grandes chaves desse arco e também, aparentemente, poderá ser o líder da equipe.

Aliado a isso, houve algumas revelações e descobertas a respeito de Alexandra e o Tentáculo. Bom, quanto a organização, é quase uma Hydra II, “same shit, different day“. Uma organização que quer se infiltrar nos maiores níveis da infraestrutura e se espalhar pelo mundo e dominá-lo. E no que diz respeito a vilã, é foi uma revelação bem interessante e que pode torná-la menos bidimensional.

Matt Murdock ainda em dúvida sobre seu envolvimento em toda essa questão, mantém a essência e medo que seu eu interior tem de prejudicar vidas inocentes e ao mesmo tempo, seu senso de justiça clama para que o Homem Sem Medo retorne e defenda os que precisam.

Jessica Jones também enfrenta seus demônios, mas volta em grande estilo e liga o “dane-se” e se junta a equipe. Se ela voltasse de outra forma que não fosse a do jeito que voltou, não seria tão fácil de comprar.

Há algumas piadas e elas são bem encaixadas e cumprem bem o seu papel de alívio de tensão. No todo, “Dragão Real” foi um episódio mais dedicado as interações dos protagonistas da série Os Defensores, preparando para o que está por vir.