Arrow – 3ª Temporada | Review – CosmoNerd

O texto a seguir contém SPOILERS da 3ª temporada de Arrow. Se você ainda não viu, veja. Porque se vier reclamar, nem o Batm… Arqueiro Verde poderá te salvar!

O caminho do herói. Todo nerd conhece esse termo, seja nos filmes, quadrinhos ou RPG’s da vida. É uma evolução que culmina em algo grandioso. Mas apenas quando o herói tem algo interessante a oferecer é que o público compra sua briga. E ao fim da terceira temporada, fica evidente que Oliver Queen ainda não entendeu isso.

Arrow começou como uma incógnita, uma aposta arriscada da DC Comics. A primeira temporada foi surpreendentemente boa, a segunda foi decente. Cabia a essa nova temporada manter um padrão coeso pelo menos. Mas o que vimos foi uma sequência de péssimas apostas, péssima construção de personagens e tudo isso em nome de um plano maior da Warner/DC que já começa dando um tiro no próprio pé.

Após os eventos catastróficos do segundo ano, o status do Arqueiro mudo dentro de Starling City. Agora visto como herói, ele tem uma liberdade maior para patrulhar e lançar flechas pela cidade. A equipe ainda é a mesma, com Dig, Laurel (nova Canário Negro), Felicity e o agora Arsenal/Roy. Tudo ok não é mesmo? Nem tanto assim. Nada foi feito para ficar bem na vida de Oliver, pelo menos na série.

A morte de Sara representou toda a trama principal da temporada. Mas desencadeou um efeito extremamente negativo: o excesso de drama. Não que eu seja insensível, mas chega uma hora que você implora pra que aquilo tudo acabe. A história ensinou que mudanças forjadas pelo sofrimento são eficientes até certo ponto. Mas falando de forma crua, o elenco de apoio de Arrow não é composto pela nata da televisão. Logo, a pouca qualidade dos atores torna praticamente impossível criar empatia nos momentos de dor.

A Liga dos Assassinos e Ra’s Al Ghul prometiam tornar tudo mais interessante. Como eu disse, a morte da Sara reverberou por todos os cantos de Starling. Deixando um pouco de lado o lance do bandido da semana, a temporada buscou se apoiar no fator humano de Oliver e seu passado. Os flashbacks, agora situados em Hong Kong, ajudaram a contar um lado interessante da história. Respondendo a perguntas que possivelmente ficariam em aberto. Mas quando, em certos momentos, você passa a ficar mais curioso com o passado, significa que o presente não está indo bem.

Centenas de lágrimas depois, Oliver partiu para um confronto mortal contra Ra’s. E nesse momento a série mostrou o quanto era fraca e covarde. Oliver cair de um penhasco, com o peito perfurado e não morrer é o fim da picada. Pior de tudo é ver que diante de uma profecia meia boca, Ra’s vê no Arqueiro seu sucessor e líder da Liga. Enquanto Oliver passou um tempo sumido, tivemos a oportunidade de passar mais tempo com seus parceiros. E isso serviu para reafirmar que Malcom Merlyn (John Barrowman) é o melhor personagem da série. Manipulador a ponto de parecer confiável, cínico e extremamente inteligente. Foi quem mais saiu ganhando no fim. Ray Palmer/Eléktron (Brandon Routh) parecia um personagem interessante, mas demonstrou ser apenas um tipo de cópia da personalidade de Felicity.

Claro que em certos momentos a história empolga, principalmente quando Oliver decide aceitar a oferta e se tornar o novo Ra’s. Rapaz, parecia que tudo ia melhorar de vez. Que belo engano. Starling City ficou ainda mais tediosa (tédio resumido ao eterno choro de Felicity) e Nanda Parbat – o lugar mais fácil de ser encontrado no mundo – era apenas uma farsa. Ah, não ferra Warner! O season finale que prometia ser épico acabou sendo tedioso. Mais uma fez entramos no esquema “maníaco quer atacar Starling City porque acha que ela é o centro do mundo”. Tudo no episódio é sem sal. Apenas de ponto positivo a forma como o flashback se une ao presente. Ponto. Nada mais.

Pior do que esperar 23 episódios (Mesmo pecado do excesso que consumiu Gotham) para ver uma série melhorar, é ver que ela mais uma vez foi usada como trampolim para outro projeto. Vale lembrar que o Flash praticamente nasceu em Arrow. E agora, o terreno foi devidamente preparado para o spin-off Legends of Tomorrow. Se você viu o trailer, vai entender. Ah, não ferra Warner (de novo)!!

Nem o Velocista Escarlate conseguiu salvar a série. Mesmo que o crossover dos personagens tenha sido o ponto alto para o Arqueiro, as inúmeras aparições do núcleo do Flash na cidade de Oliver sempre mostravam qual série está em melhor fase. Ou você conseguiu pensar em uma outra maneira da Canário ganhar seu grito super sônico?

Arrow ainda não é uma série sobre o Arqueiro Verde. Talvez nunca seja mesmo. Mas é bom que, independente do caminho que eles escolham seguir, comecem a pensar com carinho na qualidade do produto final. Caso contrário, Oliver Queen vai precisar de muito mais do que flechas para salvar a própria pele.