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O que há de bom nesse Sense8: Especial de Natal

Depois do grande sucesso com Matrix, as irmãs Wachowski (Lilly e Lana) foram caindo aos poucos em sua forma cinematográfica. Os fãs se perguntavam quando filmes bons iriam sair e aumentar essa repercussão dos grandes diretores. Eis que então a Netflix anuncia uma série com a direção dos nossos queridos. “Sense8” veio para trazer questionamentos importantes na nossa sociedade atual, uma quebra de tabu enorme em relação a diversidade sexual e interracial.

Sense8 trouxe uma forma de ficção científica diferenciada , onde o naturalismo-realismo trazido do teatro não entra somente na atuação. Mas também na criação de narrativa e misturando-se com o aspecto científico (no caso da série, os “sensates“). Que depois de sua primeira temporada realmente conseguimos ver o grande potencial da série.

Para alegria dos fãs, a Netflix disponibilizou no dia 23 de dezembro um episódio de 2 horas como prévia da segunda temporada de Sense8. Podemos perceber que não vieram para brincadeira e com toda certeza esse nível só irá subir, e a expectativa é de uma ótima temporada que vai bombardear qualquer tipo de preconceito e tabus construídos durante anos pela nossa sociedade.

Com essas 2 horas disponibilizadas vemos um roteiro bem estruturado na maioria da narrativa. São 8 personagens principais, e dividir 2 horas para cada um deles é um trabalho bastante complicado. A solução que tiveram foi de unir mais a relação entre eles. Nesse episódio vemos aquele ponto da primeira temporada onde os conflitos dos personagens surgiram, porém como se fosse uma luta individual partindo para ser uma luta coletiva. Começamos essa temporada já ligando tudo entre eles, agora são todos por todos.

É ótimo ver a importância de conflitos serem levadas e encaradas como iguais. Quando temos Will (Brian J. Smith), Riley (Tuppence Middleton), Nomi (Jamie Clayton), Sun (Doona Bee), Kala (Tina Desai), Carpheus (Toby Onwumere), Lito (Miguel Ángel Silvestre) e Wolfgang (Max Riemelt). O significado de família fica bem mais intensa, onde um vínculo único e junção de interesses se torna algo de todos. É bem difícil de se ver todos os personagens desenvolvidos no ponto desejado. Muitas questões ficaram em aberto e isso é um fato em todo meio cinematográfico, sem tirar o ocorrido na temporada passada. Algumas novas perguntas surgiram, porém. Esse episódio foi uma mostra do que estar por vir.

Entrando na parte técnica em relação de como esse episódio se torna algo bonito de se ver. A estrutura narrativa se torna muito poética em determinados pontos no decorrer da história. A cena inicial do mar, o azulado representando a paz e a serenidade no conhecimento dos personagens. É um início poético, onde a trilha se faz uma e que se transforma em estética visual e sensitiva. Isso se repete na famosa cena que é assinatura da série, a “Orgia Grupal“. Onde todos os personagens se unem em um só. Para muitos isso poder ser somente uma cena “imoral”, mas há toda uma poética ali, cada cenário do ocorrido, cada plano e movimento de câmera que dão um significado, as cores, a trilha que te convida a estar encarando aquilo como pessoal. Tudo isso é pura arte, esse é o sentimento passado. O “imoral”, vira o puro e sensível, como a delicadeza de uma pintura. Todo esse envolvimento se encontra até em cenas simples de diálogos bem construídos. Tudo bem pensado, piadas bem pontuais, narrativa bem dissecada e consumível, entretenimento garantido. Vemos algumas falhas simples de construção, mas nada que não passe sutilmente despercebido.

Se espera uma grande temporada de Sense8 com um hype contínuo, esse ritmo e estrutura devem ser mantidas, pois tem tudo para ser incrível no segundo ano. Nota-se uma crescimento bastante visível para a temporada anterior. Temos mais momentos emocionais, mais ligação com determinados acontecimentos que não tivemos na temporada passada. Temos mais momentos “What’s up“, bem mais envolventes, que te faz chorar. Foi um belo pontapé inicial de temporada. Um belo episódio para celebrar um natal em família, não somente a de sangue. E que a série se mantenha nesse ritmo lindamente “lacrador”.

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