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O grande ensinamento de Game of Thrones: Valar Morghulis

O texto a seguir pode conter SPOILERS da quarta temporada e dos 3 primeiros episódios da quinta temporada de Game of Thrones. Se você ainda não viu, siga por sua conta em risco. Se reclamar, cabeças irão rolar…

A quarta temporada de Game of Thrones terminou do jeito que o povo gosta. Montanhas caindo diante de víboras vermelhas, vinganças, planos sendo colocados em prática, um leão orgulhoso conhecendo seu fim, uma muralha que ainda permanece de pé e o cheiro cada vez mais forte de guerra.

A quinta temporada já vinha recheada com uma dose extra de expectativa. E se você é do tipo que anseia por sangue e ignora a inteligência, deve ter passado mal ao consumir os 3 primeiros episódios. Na Guerra dos Tronos nem sempre o mais forte vence. Na verdade, apenas os músculos do maior exército predominam. Mas é com cérebro que se conquista algo assim. Tá bom, dragões também ajudam.

David Benioff e D.B. Weiss acertam em desacelerar. Colocar o primeiro flashback de toda a série logo no primeiro episódio da nova temporada é crucial e corajoso. Cersei há muito já percebeu que a profecia daquela bruxa está se concretizando. É a reviravolta que os fãs queriam. O caminho de pedras e espinhos que ela percorrerá – sem roupa em algum momento – é a coroação de seguidas ideias de gosto duvidoso. Se cercar de pessoas que abanam a cauda e latem “sim senhora” não é muito inteligente. Ainda mais quando o perigo vem de jardins que tocam o céu. Comprar briga com as crias selvagens de uma certa víbora também é um passo longo e firme rumo ao fim. Serpentes são tão letais quanto espadas.

Passear pelos núcleos mais queridos de GoT é algo que os fãs fazem com carinho e a nova temporada amarra com maestria, pelo menos até agora. Brienne segue sua (enfadonha) busca pelas garotas Stark, pelo menos por Sansa já que Arya preferiu bater palmas diante de um portão preto e branco. E por falar em Sansa, essa está aprendendo finalmente a crescer. Mindinho ainda é um estrategista nato no campo de batalha dos bastidores. E acredite – ao melhor estilo Universo Marvel – Brienne, Sansa, Mindinho, Bolton, o Norte e a vingança estão conectados. É um jogo de xadrez onde uma das peças tem boa memória. “O Norte se lembra”.

E os filhos do Norte roubam a cena. Jon Snow agora comanda a p*#@$ toda. Ele dá as ordens na Muralha, mesmo que um candidato a rei esteja andando pelos gélidos corredores. Ser o lorde comandante não te faz amadurecer. Cortar cabeças de irmãos da noite (mesmo quando merecem) também não o faz. Mas já que ele prefere ter seus inimigos por perto, é melhor que tenham em mente que ele sabe de algumas coisas sobre a vida. Ter selvagens em suas celas e um rei babando para usá-los em combate não é o melhor cenário. Mas cada um joga com as cartas que tem.

É mais do que nunca um jogo de morte. Os participantes estão contra a parede. Respirar fica cada vez mais difícil. Ignorando o que disse antes, a inteligência também pode ser inútil agora. E nesse jogos de morte, os assassinos saem com a vantagem. Principalmente quando não sabemos como são seus verdadeiros rostos. Arya partiu em busca dessa vantagem. Braavos é linda e misteriosa. Mas cobra um preço alto para ensinar seus segredos mais obscuros. Deixar de ser você para se tornar aquilo que realmente queria ser quando girava uma moeda e professava seu mantra de vingança. A evolução de Arya ainda é lenta, mas não existe muito tempo a perder. O casulo tem que quebrar prematuramente.

Mas quem pode reinar dentro dessa caos? Alguém com o sobrenome certo é claro. Targaryen parece ser esse sobrenome. Uma rainha. Mãe dos escravos, ex-mãe dos dragões e que precisa urgentemente de conselheiros melhores. Isso não te lembra outra rainha? Enfim. Tyrion é esse conselheiro. Mesmo que estejam longe de se conhecerem nos livros, devemos agradecer a letargia de R.R. Martin e a dinâmica da série que vai proporcionar tal encontro mais cedo que esperávamos.

As cartas estão na mesa. Quem pensar menos, vai perder. Quem pensar demais, vai perder a oportunidade de agir. É um jogo de morte para os homens. Mesmo que alguém vença, desfrutará por pouco tempo da coroa da glória. Porque é Game of Thrones e aqui existe uma grande lição: Valar Morghulis.