Canal Brasil | Débora Falabella fala sobre maternidade e depressão no “Bipolar Show” desta terça, 26

Convidada de Michel Melamed no “Bipolar Show” da terça-feira, dia 26, às 21h30, no Canal Brasil, Débora Falabella abre o coração para o apresentador ao expor seus medos, defeitos e aflições. A atriz ainda comenta a relação com a filha, Nina, de 8 anos, e revela que enfrentou um princípio de depressão. Leia trechos abaixo.

Maternidade:  Quando a gente tem filho, a gente percebe muito que o tempo passa. O tempo passa na sua frente, né? Minha filha vai fazer 8 anos agora, são 8 anos que você vive vendo tudo e lembrando. É muito lindo, mas ao mesmo você fica querendo rebobinar e viver um pouco (emocionada).  Eu queria poder ficar aproveitando a minha filha, que a minha licença-maternidade tivesse dois anos… e a gente vai descobrindo sem culpa, sem culpa mesmo, o que mais posso trazer é.. ah, vou começar a falar dela e vou chorar… é passar pra ela que sou uma pessoa feliz com o que eu faço, por mais que eu fique muitas vezes longe, mas a gente está sempre juntas…

Depressão: Depressão é foda, eu tive um princípio, foi foda, não é uma coisa fácil de lidar, você não sabe de onde vem, né, e a terapia vem pra te ajudar mesmo, foi o que me ajudou mais, mais do que remédio ou qualquer coisa , mas é horrível porque é a angustia de você não conseguir entender o que está vindo, aparentemente sempre parece que vem uma tristeza de onde você não sabe de onde ela vai cair, é horrível, está tudo tranquilo em volta, e isso que te deixa mais ansioso, que você vai perdendo a vida porque não consegue sair disso. Eu ficava com aflição de ir à análise e falar das coisas ruins. Ter que ir lá ficar lembrando que tem coisa ruim? Aparentemente por fora tudo está bem, mas a gente vai carregando coisas que vão aparecendo em alguns momentos, a gente não planeja a hora que vai vir.

Medos: A gente tem medo da humilhação pública sempre quando vai estrear. A gente fala que não, mas tem. Tem medo de não ter público, de ninguém gostar, a gente está com muitas possibilidades o tempo todo de ser humilhado publicamente, está todo mundo pronto pra humilhar alguém publicamente, está todo mundo esperando alguém ser humilhado publicamente.

Eu já passei por isso. Fiz um comercial que não deveria ter feito e foi uma bomba, na época em que morava em Belo Horizonte e aqui no Rio e fazia um comercial pra volta às aulas sempre, de Belo Horizonte, da Secretaria de Educação. Nesse ano eu fiz o comercial e antes de o ele sair estourou uma greve dos professores, e eu não devia ter feito, hoje em dia eu sei, usaram um pouco disso, me julgaram, saiu carta pra mim no jornal.  E eu não compartilhava , eu estava do lado das pessoas que estavam na greve. Hoje em dia já passou, a culpa vai dissipando com o amadurecimento.

Defeitos: Sou fechada, bicho do mato, não consigo me abrir, escuto uma coisa e levo pra outro lugar, tenho essa tendência, sou paranóica com as pessoas. Mas a gente precisa dos defeitos pra nossa personalidade. Pra viver, uma mente conturbada é necessária.

Hipocondria:  Eu espirro e tomo um antialérgico. Medo de avião tenho, mas só tomo remédio quando necessário.  Uma vez peguei uma hora e meia de turbulência – tomei um Rivotril. Sempre está tudo meio bem… mas o meio bem é extremamente meio.. e é esse meio que a gente sempre cai num momento que quer sair correndo.