O anúncio de uma série no universo dos X-Men não mexeu tanto assim com a expectativa dos fãs. Os direitos dos mutantes da Marvel pertencem à Fox e, no julgamento de muitos, o tratamento da empresa com esses personagens no cinema já não correspondia à representatividade conquistada ao longo de décadas nas páginas das HQs. Sendo assim, não seria uma série de TV a responsável por melhorar esse cenário.
Um teco de estranheza também veio com o título da série: Legion (Legião no Brasil, mas o FX preferiu manter o programa com nome original). Difícil de ser trabalhado devido à complexidade de seus poderes, ele foi um dos principais responsáveis pela Era de Apocalipse, fase da década de 1990 que marcou passagem de grandes artistas como Chris Claremont e Bill Sienkiewicz nos quadrinhos. Mas as coisas pareciam melhorar de forma com o anúncio de que a Marvel (geralmente uma inimiga) iria contribuir com Noah Hawley (Fargo) na produção para o canal FX. Aí vieram os trailers, poster e… que série incrível!
A trama acompanha David Haller (Dan Stevens), um jovem jovem diagnosticado com esquizofrenia que passou os últimos cinco anos da sua vida internado num hospício. Habituado à rotina do local junto com sua amiga excêntrica Lenny (Aubrey Plaza), a vida de David muda com a chegada de uma nova paciente: Syd Barrett (Rachel Keller). Completamente apaixonado pela garota, ele terá que enfrentar a possibilidade de as vozes que ele ouve não serem exatamente produtos de sua imaginação, após o acontecimento de uma tragédia.
A produção caprichada de Legion casa totalmente com a ousadia da série, onde a liberdade estética permite as mais variadas formas de manifestação dos poderes de David, e a coisa é tão doida que encaixaram até um trecho musical no balaio. O que complicou um pouco nesse piloto foi a dificuldade para compreender os poderes do Legião, assim como a ordem dos acontecimentos da narrativa nada linear (compensados por momentos únicos de suspense psicológico). A dica é não se preocupar muito no meio do caminho pois (quase) tudo fará sentido no final, quando somos recompensados com a bela sequência onde o mutante é resgatado.
Muito pouco, no entanto, é apresentado sobre o universo mutante em geral, indicando o cunho atemporal de Legion até então. Vemos a captura e controle governamental mesmo que secreto, mas incipiente no que diz respeito ao conhecimento da sociedade sobre o tema. Outros detalhes como a identidade da mãe de David vão ter que esperar.
Dan Stevens aparenta ser uma boa escolha para estrelar a série, uma vez que a liberdade tomada ao adaptar é quase total. Ademais, seria difícil de mostrar o visual mais conhecido do Legião nas HQs com aquele cabelo todo arrepiado, ou será que não? Pra quem já ousou tanto, não custa nada essa alternativa para um personagem que tanto muda de aparência. Outro grande atrativo (incluindo o público não nerd) para os brasileiros é que Legion terá transmissão simultânea com os EUA, assim como já ocorre por aqui com séries como Game of Thrones e The Walking Dead.
Não deixa de acompanhar! Legion vai ao ar pelo FX de quinta feira, às 22h30.
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