Grace and Frankie – 5ª Temporada (Netflix) – Crítica

Nova temporada da série Grace and Frankie estrelada por Jane Fonda e Lily Tomlin demora a engatar, mas continua sendo uma das melhores coisas da Netflix atualmente

Há tempos que Grace and Frankie está entre as melhores séries da Netflix, e não apenas no âmbito das comédias. Estrelada por Jane Fonda e Lily Tomlin, a trama iniciada em 2015 trouxe duas mulheres encarando a temida terceira idade com um complicador bastante singular: seus maridos, até então melhores amigos, assumiram ter um caso há vinte anos e decidiram se casar, deixando as duas solteiras.

A bem da verdade, essa premissa já foi superada pelas duas de certa forma na 5ª temporada. Ambas já tiveram outros relacionamentos, além de não sofrerem com perrengues financeiros. Tudo isso porque o grande lance da série é exatamente a amizade entre Grace e Frankie. Fonda e Tomlin estão no que são, provavelmente, os papéis mais memoráveis de suas carreiras (elas também são produtoras da série), e o elenco de apoio com Martin Sheen (que vive Robert, o ex de Grace, e está sensacional no papel) e Sam Waterston (Sol, ex de Frankie) não fica devendo.

Ao longo de quatro temporadas, foi abordado junto com a amizade das duas diversos temas interessantes, sendo que alguns fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa e outros são concernentes à velhice. Nesta 5ª temporada, alguns destaques interessantes podem ser dados. Como o desespero de Grace em chegar aos 80 anos, onde ela tenta provar para as pessoas que ainda consegue se manter produtiva como nunca. Há também algum respiro geográfico, como quando viajam para um retiro espiritual longe de casa.

Infelizmente, parece que para essa quinta temporada os assuntos se esgotaram um pouco. Tramas despretensiosas demais como a luta para aumentar o tempo do semáforo para pedestres até divertem, mas se tornaram cada vez mais recorrentes, aproximando Grace and Frankie mais de um sitcom do que de uma comédia dramática. Porém, a luta das protagonistas acaba sendo a mesma da série como um todo, e o episódio final ilustra muito bem essa questão mostrando uma versão alternativa das duas onde conferimos como teria sido suas vidas caso não tivessem morado juntas, ou seja, sem a relação de amizade que cultivaram.

É uma questão tocante em relação ao tema, pois os mais empáticos podem refletir o valor das pessoas que os rodeiam: amigos, esposa, marido, filhos, mãe, pai… como teria sido nossa formação sem a presença delas? Mesmo numa temporada que demora a engatar, Grace and Frankie continua no olimpo da Netflix.