Fargo – 3ª Temporada | Crítica

A série Fargo do FX continua sua jornada de contar uma história de erros cheia de crime e humor ácido por temporada. E nessa terceira não é diferente. Com um ótimo elenco, direção precisa e roteiro acima da média, a série merece ser apreciada.

A 3ª Temporada acompanha a história dos irmãos Stussy (ambos vividos por Ewan McGregor), enquanto o mais velho herdou os selos do pai e fez uma fortuna como um empresário, o mais novo herdou seu carro e ganha a vida como um oficial de condicional. O irmão invejoso se junta com a criminosa Swango (Mary Elizabeth Winstead) para reaver o que é “seu” e lógico que problemas vão acontecer. Mas o Stussy mais velho não tem só esse problema, um misterioso investidor (David Thewlis) aparece para cobrar juros de um empréstimo passado. No meio dese turbilhão, a oficial Burkle (Carrie Coon) acaba se envolvendo na trama e precisa investigar a situação toda.

É aparente que Fargo segue uma fórmula com elementos repetidos em todas as temporadas. Pessoas comuns envolvidas em crimes, cidadezinha do interior, humor ácido, policiais simples que não estão acostumados a lidar com crimes mais sérios e personagens misteriosos que mexem na trama. Mesmo percebendo os padrões, a temporada não deixa a desejar quanto a roteiro e narrativa. A história cheia de ramificações, personagens interessantes e diálogos magníficos te prende a atenção do começo ao fim, pois tudo pode acontecer.

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Outro padrão que se segue é o cast perfeito. Todos os atores estão muito bem dirigidos e passam perfeitamente a ideia que tem que passar. Seja da insegura oficial de polícia Glória Burkle, passando pela femme fatale Nikki Swango (vivida pela ótima Elizabeth Winstead) ou até mesmo Ewan McGregor fazendo dois personagens bem diferentes, usando de maquiagem e ótima atuação. Mas em Fargo sempre temos aquele personagem de fora, misterioso, já calejado na arte do crime. Nessa temporada temos David Thewlis trazendo o diabólico V. M. Varga, um investidor tão esquisito que traz até um ar sobrenatural em alguns momentos, esse personagem tem uma boa peculiaridade que traz o âmago de Fargo em sua essência, ele sempre conta histórias diversas para provar seu ponto, muitas vezes reais ou não, isso não importa.

A direção e fotografia, apesar de mais contida agora, ainda continua bastante competente. Curti mais a segunda temporada que tentou trazer algumas escolhas mais inovadoras, mas a 3ª faz um arroz com feijão muito bem feito, qualidade de cinema bem acima do que vemos na TV. Em muitos momentos a trilha sonora é usada para dar um ar cômico ou até épico para as cenas, com ótimas escolhas de músicas.

A terceira temporada de Fargo traz no seu início a mensagem que essa “É UMA HISTÓRIA REAL”, sempre apagando primeiro o “REAL” e depois o “É UMA”, deixando a gente com o mais importante de tudo, que é aproveitar uma boa história. No final essa é a mensagem que fica, não importa se a história é real ou não, não importa se as coisas fazem sentido ou se o final é esquisito, o que importa é a história. Felizmente a série consegue entregar o que propõe.