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Castle Rock (1ª temporada) traz o melhor de Stephen King | Crítica

Em Castle Rock, Stephen King e J.J. Abrams se unem para contar uma história cheia de referências

Castle Rock é a série que traz a parceria de duas pessoas que são muito boas no que fazem: Stephen King e J.J. Abrams. Juntos, eles conseguiram formular uma história que traz suspense, terror e sobrenatural. Mas não tira a glória dos criadores da série: Sam Shaw (Manhattan) e Dustin Thomason (Lie To Me; Manhattan).

A série foi lançado em 2018 pelo streaming da Hulu com uma primeira temporada de 10 episódios no total. O que é uma coisa boa, tendo em vista a grande quantidade de séries com vários episódios. Mas será que os 10 episódios lançados bastaram?

A trama começa quando o personagem vivido por Bill Skarsgård (It: A Coisa), chamado de The Kid, é encontrado em uma jaula, em uma ala abandonada, dentro da Penitenciária de Shawshank na cidade de Castle Rock, e acaba chamando por outro personagem Henry Deaver, o advogado, interpretado por André Holland (Moonlight).

The Kid em Castle Rock
The Kid, personagem de Bill Skarsgård.

Henry é um cara que foi criado em Rock, mas que não mora lá ou quase não visita sua mãe, Ruth, interpretada pela magnifica Sissy Spacek. Adotado, ele desapareceu quando criança e ao retornar não se lembra do que aconteceu. Voltar à cidade é revisitar seus traumas, suas angustias e seu passado.

A relação dos personagens de Skarsgård e Holland é desenvolvida ao longo de toda a temporada. Os personagens são cheios de suspense e mistério. Ao longo dos episódios, uma parte da narrativa se torna duvidosa e traz uma sensação de confusão, mas percebo que isso foi proposital para no final termos algumas revelações que estávamos buscando.

Os personagens da série são muito bons. Ruth é um dos pontos centrais de ligação com a trama, é com ela que alguns momentos de tensão, muito pelo fato de sua doença, mas por estar tentando conectar partes do que é ou não real. Além dela, temos Molly Strand, vivida por Melanie Lynskey (Togetherness), e que traz o sobrenatural para a série, pois possui alguns poderes que estão relacionados com Henry e The Kid. Scott Glenn como Alan Pangborn é outro recorrente na série. O personagem de Glenn é um xerife aposentado de Castle Rock e que possui um envolvimento com Ruth.

Castle Rock
Ruth (Sissy Spacek) e Henry (André Holland).

As cenas da série são bem filmadas, e a fotografia ajuda, pois tem um granulado e um tom escuro, mas que não prejudica e sim, acaba compondo o que está sendo apresentado.

A produção, com tomadas aéreas, filmagens em diversas localidades e o cuidado com o local de filmagem, é algo que deve chamar atenção e elogios. Além da narrativa, personagens e produção, um dos pontos altos da série são as referências às obras de Stephen King. Tudo se conecta de alguma forma, e mesmo nos menores toques sobre alguma história que já conhecemos enriquece o universo que Castle Rock está construindo, mesmo que aos poucos.

Um Sonho de Liberdade, O Iluminado, Cemitério Maldito e até mesmo o Multiverso, trabalhado em A Torre Negra, estão como referências na série. Muitas outras ligações com o universo criado por King estão ali, na abertura da série vemos outras ligações, com a cidade de Derry e Cujo, por exemplo.

O final da série pode não agradar a todos, pois tem uma quebra de expectativa do que se espera. Quando chegamos ao clímax, os personagens centrais estão encurralados por seus ideais e atos, mas não vemos o que ocorre.

Também, algumas perguntas são respondidas nos pormenores dos diálogos de alguns personagens. Como, “o que aconteceria se determinado personagem não estivesse morto?”. Além disso, algumas questões serão ou/e devem ser abordadas na segunda temporada, que já está confirmada pelo Hulu e retorna em 23 de outubro.